O quarto estava silencioso, e o burburinho baixo de Raul coordenando a segurança da casa vindo da sala era apenas um ruído de fundo.
A parede de informações parecia me encarar, um quebra-cabeça com peças de sangue e medo. Mas no centro de tudo, um vazio que doía mais que o osso quebrado… não saber como ela estava.
A mensagem profissional e fria dela ainda estava lá, me causando uma sensação estranha. Eu tinha prometido a mim mesmo que ia manter distância.
Era a coisa certa a fazer, a única coisa segura na verdade. Mas a incerteza estava me consumindo por dentro, mais infecciosa que qualquer ferida.
Com um suspiro que saiu bem pesado, peguei o celular e marquei um número que não era do trabalho, mas de uma linha direta.
Ela atendeu atendeu no segundo toque.
— Chefinho! — a voz de Carol era animada, um contraste gritante com a escuridão do meu quarto. — Sumido! Como tá a tal viagem de negócios? Todo mundo aqui tá perguntando quando o patrão volta, viu?
Para a empresa, eu estava em São Paulo fechando um contrato longo. Ninguém, exceto Raul, Alessandro e minha família, sabia da cadeira de rodas e da perna presa num monstro de gesso.
— A viagem tá… sendo produtiva — menti, sentindo o gosto amargo na boca. — Carol, escuta, a Lorena, esta aí? No escritório dela?
Houve uma pequena pausa do outro lado.
— Ah, não. Ela saiu mais cedo, disse que estava com uma dor de cabeça das grandes. Pediu pra adiar as reuniões da tarde.
Algo apertou dentro do meu peito, não era como ela. Lorena era a pessoa mais resiliente que eu conhecia, aguentava enxaqueca em silêncio no escuro do próprio escritório antes de ir embora.
— Ela… tá parecendo bem? — a pergunta saiu antes que eu pudesse pará-la.
Carol hesitou de novo.
— Chefe… entre a gente? — ela baixou a voz, como se alguém pudesse ouvir. — Ela tá estranha. Andando pelos corredores que nem um gato assustado, olhando pra todo lado, como se estivesse desconfiada. Tá com uma cara de cansada que dói de ver. Uma vez, quase dei um susto nela quando cheguei perto sem ela ver, ela deu um pulo que quase caiu. Não é normal.
O nó no meu estômago se tornou uma bola de gelo. O que ele tinha feito com ela?
O que ela estava vivendo naquela casa? As palavras de Carol pintavam um quadro de puro terror psicológico.
— Obrigado, Carol. Continue de olho e discretamente. Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo que você achar esquisito, me liga. Sem pensar duas vezes.
— Pode deixar, chefinho! — ela disse, e eu conseguia ouvir o sorriso no seu rosto, a empolgação de ter um "segredinho" com o chefe. — Cuidado aí na sua viagem, hein?
— Cuidarei. — Desliguei, revirando os olhos para o teto.
Carol era eficiente, mas vivia em uma novela. Precisava de algo mais concreto.
Sem hesitar, peguei o celular de novo e disquei outro número. Um que não estava salvo.
Ela atendeu na primeira campainha, sem falar nada, ouvia só o som da sua respiração.
— Sou eu — disse, sem apresentações.
— Chefe — a voz de Glayce era baixa, plana e profissional. Ela era ex-militar, uma das melhores que o Raul tinha recrutado.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Afff piorou, agora não são dois, é nadaaaa!!!...
Vou fazê-lo novamente!!!! Dois capítulos por dia é um desrespeito!!!...
Ué cadê meu comentário?...
Esse é o terceiro livro, os dois primeiros caminharam bem, mas agora só dois capítulos por dia é muito pouco. Lembre-se de seu compromisso com os leitores...
Cadê o capítulo 319???????? Não tem?????...
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...