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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 568

~ BIANCA ~

A porta do apartamento se fechou atrás de mim com um clique suave e definitivo, encerrando mais um dia exaustivo.

Joguei a bolsa no sofá, tirei os sapatos de salto que tinham torturado meus pés pelas últimas doze horas e caminhei descalça até a cozinha. O apartamento estava silencioso. Silencioso demais. Apenas o zumbido baixo da geladeira e o tique-taque distante do relógio na parede da sala.

A cozinheira tinha deixado um prato coberto com filme plástico na geladeira, como sempre fazia. Algo que parecia ser risotto de cogumelos. Peguei o prato e o coloquei no micro-ondas, programando três minutos sem realmente prestar atenção.

Enquanto esperava, apoiei-me no balcão de mármore frio e olhei ao redor da cozinha impecável. Moderna. Cara. Equipada com todos os eletrodomésticos de última geração que uma pessoa poderia querer. E completamente vazia de vida.

O micro-ondas apitou. Peguei o prato, uma garrafa de água da geladeira e fui para a mesa de jantar. A mesa enorme que comportava facilmente oito pessoas, mas onde eu sempre comia sozinha.

O risotto estava bom. Claro que estava. Mas comi mecanicamente, sem realmente saborear, meus pensamentos vagando para longe.

Pensamentos que ultimamente sempre voltavam para o mesmo lugar. Para uma cozinha muito mais aconchegante, com uma mesa de madeira antiga e marcada pelo tempo, onde uma família jantava junta todas as noites. Onde uma menina de seis anos contava histórias animadas sobre seu dia enquanto sua avó sorria e seu pai a ouvia com atenção total.

Empurrei o prato meio cheio para longe, de repente sem apetite.

Me sentia deprimida. Não havia outra palavra para descrever aquela sensação pesada que tinha se instalado no meu peito e se recusava a sair. Uma tristeza profunda e persistente que me seguia mesmo nos dias mais ocupados, mesmo quando estava cercada de pessoas em reuniões, mesmo quando deveria estar satisfeita com todas as coisas que tinha conquistado.

Depois que minhas memórias voltaram com toda aquela força violenta e avassaladora, depois que tinha me lembrado de quem era e da vida que levava, algo tinha mudado. Algo fundamental.

Porque por alguns dias, tinha acreditado em coisas que não eram reais. E tinha sido tão fácil acreditar. Tão natural. Tão certo.

Mesmo sabendo agora que tudo tinha sido construído sobre confusão e memórias falsas, era difícil voltar para esta vida vazia e fingir que estava satisfeita

Levantei-me da mesa, deixando o prato ali, e fui para o quarto. Meu santuário. O único lugar onde podia realmente baixar a guarda e ser apenas... eu.

Fui direto para o closet. Não o closet principal cheio de terninhos e vestidos caros e sapatos grifados. Mas o closet menor, mais escondido, onde guardava as coisas pessoais. As coisas que não queria que ninguém visse.

Arrastei a escada pequena, subi, e peguei a caixinha que ficava na prateleira mais alta, escondida atrás de outras caixas.

Era uma caixa simples. De madeira clara. Nada especial. Mas dentro dela...

Sentei-me no chão do closet, a caixa no colo, e a abri com mãos que tremiam levemente.

Lá dentro, cuidadosamente guardado entre camadas de papel de seda, estava um teste de gravidez. Antigo. Seis, quase sete anos atrás. A linha rosa ainda estava lá, desbotada pelo tempo mas ainda visível. Ainda real. Prova de algo que tinha existido, mesmo que por tão pouco tempo.

Ao lado dele, envoltos em mais papel de seda, estavam sapatinhos de tricô rosa. Minúsculos. Do tamanho da palma da minha mão. Que eu tinha comprado em um momento de esperança ingênua, imaginando pezinhos pequeninos dentro deles.

Peguei os sapatinhos, acariciando o tecido macio com o polegar, e foi como se uma comporta se abrisse na minha mente.

A lembrança veio com força total. A lembrança que tinha vindo fragmentada durante aqueles dias confusos na pousada, quando meu cérebro tinha tentado me dizer algo importante mas eu não conseguia entender completamente.

Eu estava no apartamento dele. Tinha o teste na mão. Positivo. Tinha feito três, só para ter certeza. Todos positivos.

Estava nervosa mas também empolgada. Assustada mas também esperançosa. Éramos jovens, sim, mas nos amávamos. Ou pelo menos eu achava que amávamos. E poderíamos fazer funcionar. Poderíamos ser uma família.

Quando ele chegou do trabalho, mostrei o teste imediatamente. Não consegui esperar. Não consegui preparar o momento de forma romântica como tinha planejado.

— Estou grávida — disse, estendendo o teste, sorrindo mesmo através do nervosismo.

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