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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 578

~ BIANCA ~

O carro subiu a estrada sinuosa em direção à Tenuta Montesi, e a cada curva sentia meu estômago apertar um pouco mais. Não era nervosismo pela viagem. Era nervosismo pelo que estava prestes a fazer.

Fingir ser algo que não era. Mentir para pessoas que confiavam em mim. Tentar salvar um negócio sem ter ideia real de como fazer isso.

Estacionei no pátio já familiar e, antes mesmo de desligar o motor, ouvi um grito agudo.

— TIA BIA!

Bella correu pela porta da frente, seus pezinhos descalços batendo no chão, o cabelo voando atrás dela como uma bandeira escura. Nem me deu tempo de sair do carro direito antes de se jogar nos meus braços.

— Oi, meu amor — disse, apertando ela contra mim, sentindo aquele aperto no peito que sempre vinha quando estava perto dessa menina. — Sentiu saudades?

— Muuuita saudade — ela murmurou contra meu pescoço, seus bracinhos apertados ao meu redor. — Você demorou muito para voltar.

— Eu sei, desculpa — disse, afastando ela apenas o suficiente para olhar seu rostinho. — Mas estou aqui agora.

Nico apareceu na porta, sorrindo daquele jeito que fazia meu estômago dar voltas por razões completamente diferentes.

— Bella, deixa a Bianca respirar — disse ele, se aproximando.

Bella me soltou com relutância e Nico me cumprimentou com dois beijinhos no rosto. De novo. A mesma intimidade de antes, dizendo sem palavras que não éramos estranhos, que havia algo entre nós mesmo que nenhum de nós soubesse exatamente o quê.

— Bem-vinda de volta — disse ele, pegando minha mala do porta-malas antes que eu pudesse protestar.

— Obrigada por me receber — respondi, seguindo ele para dentro.

A villa estava exatamente como lembrava. Acolhedora, um pouco antiga, cheia de história nas paredes e nos móveis desgastados pelo tempo. O cheiro de algo delicioso vinha da cozinha.

Martina apareceu logo em seguida, limpando as mãos em um avental.

— Bianca! — ela me abraçou calorosamente. — Que bom que voltou. Estou fazendo um jantar especial para agradecer por você se disponibilizar a nos ajudar.

— Não tem problema — disse rapidamente. — Realmente quero ajudar.

— Mesmo assim — insistiu Martina, seus olhos gentis me estudando — é muito generoso da sua parte dedicar seu tempo para nós.

Paola estava encostada no batente da porta da cozinha, os braços cruzados, me observando com aquela expressão que não conseguia decifrar completamente.

— É o trabalho dela — disse ela, seu tom neutro mas com algo afiado nas bordas. — Não é, Bianca?

— Claro — respondi imediatamente, talvez rápido demais. — Claro que é. É exatamente o que faço.

Paola continuou me olhando por mais um segundo antes de voltar para a cozinha sem dizer nada mais.

O jantar foi delicioso. Martina tinha se superado com pappardelle ao ragù que derretia na boca, seguido de bisteca à florentina perfeitamente preparada. Bella não parou de falar a noite inteira, me contando sobre escola, sobre os desenhos novos que tinha feito, sobre como tinha ajudado a avó a fazer biscoitos.

Nico estava mais relaxado do que em Florença. Sorria mais. Participava da conversa com aquela facilidade que só vem quando você está em casa, cercado de pessoas que ama.

Quando finalmente subi para dormir — no mesmo quarto de antes, com a mesma cama desconfortável e lençóis ásperos que de alguma forma ainda me faziam sentir em casa — demorei muito para pegar no sono.

Continuava me perguntando se conseguiria realmente fazer aquilo. Se conseguiria manter a farsa. Se conseguiria ajudar sem revelar quem realmente era.

Acordei cedo no dia seguinte, antes do sol nascer completamente. Tomei um banho rápido, vesti as roupas "normais" que tinha comprado naquela mesma loja que fui com Dante, e desci para encontrar Nico já acordado, fazendo café na cozinha.

— Dormiu bem? — perguntou, me oferecendo uma xícara.

— Sim — menti, aceitando o café. — E você?

— Melhor do que tenho dormido ultimamente — admitiu.

Tomamos café juntos em silêncio confortável, apenas o som da máquina de café e dos pássaros lá fora preenchendo o espaço.

— Pronta para começar? — perguntou ele eventualmente.

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