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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 594

~ NICOLÒ ~

Era manhã de quarta-feira e eu estava pensando em Bianca.

Na verdade, não parava de pensar nela desde que a deixei ir embora daquele jeito. Desde que vi ela caminhando para dentro da casa, as costas retas apesar da dor que sabia estar sentindo. Desde que ouvi o carro dela saindo da propriedade algumas horas depois sem que tivéssemos trocado mais nenhuma palavra.

Estava com o celular na mão há quinze minutos, a tela de mensagens aberta no nome dela. O cursor piscando no campo vazio, me provocando. Zombando da minha incapacidade de simplesmente digitar algo.

"Desculpa."

"Você estava certa."

"Eu estraguei tudo."

Qualquer uma dessas frases funcionaria. Mas meus dedos não se moviam.

Porque no fundo, sabia que ela estava brava comigo por um motivo válido. Por eu não assumir o que claramente estava crescendo entre nós. Por tratá-la como "só uma amiga" quando ambos sabíamos que era muito mais que isso.

Mas como eu faria diferente?

O que exatamente eu podia oferecer para Bianca?

Uma vida incerta, onde ela precisava assumir dívidas no próprio nome para me salvar? Mudar-se para uma tenuta no interior da Toscana quando era tão claramente uma garota da cidade? Trocar sua vida em Florença por um homem falido com uma filha pequena e problemas sem fim?

Não. Era melhor assim. Continuar apenas como amigos. Como sócios de negócios. Nada mais.

Tranquei o celular e o coloquei na mesa com mais força do que necessário.

Foi quando ouvi a porta da frente se abrindo.

Levantei-me da cadeira na recepção, franzindo a testa. Não esperávamos hóspedes novos hoje.

Um homem entrou, terno escuro, impecável apesar do calor. Pasta de couro preta debaixo do braço. Expressão séria que vinha de anos fazendo um trabalho que ninguém ficava feliz em receber.

Meu estômago afundou antes mesmo dele abrir a boca.

— Signor Nicolò Montesi? — perguntou, sua voz formal, profissional.

— Sim — respondi, já sentindo o que vinha.

— Sou oficial de justiça Domenico Caruso — apresentou-se, tirando um envelope grosso da pasta. — Tenho aqui uma notificação formal que precisa ser entregue pessoalmente. Estendeu o envelope.

Peguei com mãos que tentei manter firmes, mas sentia tremendo levemente.

— É um pedido formal de visitação — explicou o oficial, sua voz neutra mas não sem simpatia. — A signora Renata Santoro está solicitando direito legal de visitar a menor Isabella Montesi. Os detalhes estão todos no documento.

Abri o envelope ali mesmo, tirando os papéis. Palavras saltavam da página. "Direitos maternos." "Visitação supervisionada." "Melhor interesse da menor." "Contestação deve ser feita por escrito dentro de quinze dias."

— Entendeu tudo, signor Montesi? — perguntou o oficial.

— Sim — menti, porque não entendia nada. Não entendia como Renata podia fazer isso. Não entendia como o sistema permitia. Não entendia como eu ia lidar com aquilo.

Ainda assim, na sexta-feira no final da manhã estávamos sentados em uma gelateria no centro de Montepulciano. Eu, Bella, e duas taças de gelato que estavam derretendo lentamente na mesa entre nós.

Peguei a mão pequena dela sobre a mesa, apertando gentilmente.

— Eu vou estar ao seu lado o tempo todo, ok? — disse pela décima vez desde que saímos de casa. — E se você quiser ir embora a qualquer momento, é só dizer.

— Mas eu já quero ir embora — sussurrou ela.

— Vamos pelo menos tentar terminar o gelato — disse, forçando um sorriso. — Você gosta de gelato, não gosta? Pistacchio é seu favorito.

Bella não respondeu. Apenas pegou a colherinha e mexeu no gelato sem realmente comer.

Foi quando a porta da gelateria se abriu e Renata entrou.

Quinze minutos atrasada, mas entrando como se fosse entrada triunfal. Vestido apertado, saltos altos, bolsa de grife, óculos escuros enormes que cobria metade do rosto. Elegante de forma que parecia estudada, calculada para impressionar.

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