Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 188

— Só… meio tonta e fraca — murmurei.

— Normal, normal. Teu corpo tá tentando se equilibrar ainda, te deram glicose direto na veia — ele explicou com a voz trêmula. — Mas… mas você me deu um baita susto, viu?

— O que… aconteceu? — forcei, tentando juntar os pensamentos. — Como eu… vim parar aqui?

Julio respirou fundo com a voz embargada.

— Eu cheguei em casa e te encontrei caída no chão da cozinha. Toda pálida, suando frio, parecia que estava tendo uma convulsão. Tentei te acordar, gritei… mas você não respondia, estava gelada e sem cor. — Ele passou a mão no rosto e baixou a cabeça por um segundo.

— Eu te trouxe correndo pro hospital. Eles disseram que sua glicose estava tão baixa que você podia ter entrado em coma. Que… se demorasse mais, talvez não… — A voz dele falhou de novo.

— Ju… — sussurrei, sentindo os olhos queimarem.

Ele balançou a cabeça, tentando se manter firme, mas uma lágrima escapou.

— Eles… eles precisaram te reanimar, Alice. Você apagou geral, foi horrível. Eu achei que tinha te perdi….

A sua voz falhou completamente e ele tapou o rosto com as mãos, chorando baixinho, como se quisesse esconder de mim.

Meu coração apertou com tanta força que doeu.

— Ei… — estiquei a mão, fraca, mas determinada a alcançá-lo. — Tô aqui, eu tô aqui, Julio.

Ele segurou minha mão com as duas dele, como se eu fosse de vidro e a qualquer movimento mais forte me fizesse sumir de novo.

— Promete que vai cuidar mais de você, por favor. Que não vai esquecer de comer, que vai deixar os sachês mais perto e me avisar se não estiver se sentindo bem.

Assenti, com lágrimas escorrendo.

— Eu prometo.

Ele se aproximou mais, encostando a testa na minha mão.

— Eu não aguento a ideia de te perder, Alice.

Fechei os olhos sentindo a tontura e a fraqueza, mas ouvir isso… saber que ele tinha chegado a tempo… que ele chorou por mim…

Me fazia sentir viva e isso, naquele momento, era tudo.

O médico entrou no quarto um tempo depois, com uma prancheta em mãos e um semblante sério. Respirei fundo, tentando me endireitar na cama, embora ainda me sentisse um pouco tonta.

— E então, doutor? — Julio perguntou antes que eu pudesse abrir a boca.

— Ela teve uma crise severa de hipoglicemia e convulsionou. Foi preciso reanimá-la, como eu havia lhe dito antes.

Fechei os olhos por um segundo. Ouvir aquilo em voz alta me fez estremecer por dentro.

— Isso é sério, mocinha — ele continuou, agora me encarando. — Você está tomando suas insulinas e os remédios corretamente?

Desviei o olhar. Um silêncio pesado caiu no quarto, eu queria mentir, mas… qual seria o ponto agora?

— Eu tomei a última pela manhã… — murmurei. — Estava esperando a segunda-feira chegar pra ir ao posto ver se tinha mais.

Julio me encarou como se tivesse levado um soco.

— O quê? — ele soltou, em choque. — Por que você não me avisou? Eu teria comprado!

Balancei a cabeça, tentando conter as lágrimas que estavam se formando nos olhos.

— Porque você já tem problemas demais, Julio…

Ele bufou, passando a mão pelos cabelos, visivelmente irritado.

— Problemas eu posso dar um jeito! Posso atrasar contas, pagar juros depois, fazer mais ensaios. O que eu não posso é trazer você de volta depois de morta, Alice!

— Julio… — tentei começar, mas ele me cortou com um gesto.

— Não fala nada. Você quase morreu hoje, no dia do seu próprio aniversário! Que merda é essa?

Eu engoli em seco.

O médico suspirou, ainda ali, observando a cena.

— Eu vou verificar na farmácia do hospital se temos insulina para fornecer a você. Mas você precisa encontrar uma forma de manter o tratamento em dia, Alice. A próxima crise pode não ter esse final. Você receberá alta pela manhã se ocorrer tudo bem.

Assenti com um leve movimento de cabeça.

— Ela vai ter, doutor — Julio respondeu por mim. — Eu dou um jeito, pode confiar.

O médico assentiu e se retirou, deixando o quarto em silêncio novamente. Olhei para Julio e vi que ele ainda estava com os olhos marejados.

— Por que você não me disse nada? — ele insistiu, mais calmo, mas ainda ferido.

Desviei o olhar de novo, sentindo a vergonha me consumir.

— Porque você já faz muito… Eu sabia que estava apertado e achei que dava pra segurar até amanhã. Eu não queria te preocupar.

Ele respirou fundo, cruzando os braços e tentando conter a raiva misturada com preocupação.

— Você não entende, né? A única coisa que eu não posso atrasar… é você.

As palavras dele me acertaram em cheio. Apertei os olhos para conter as lágrimas.

Capítulo 026 - Alice 1

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