Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 195

Cheguei em frente à empresa com aquele friozinho na barriga que só piorava quanto mais eu olhava pra cima. O prédio era grande, moderno, imponente… e sinceramente, bem intimidador.

Respirei fundo antes de entrar. Era como se eu estivesse prestes a invadir um mundo que não era o meu, o que na verdade, não era.

Logo que pisei na recepção, fui recebida por uma mulher sorridente, com um vestido bege elegante e óculos quadradinhos que combinavam com o coque bem feito no topo da cabeça. Ela tinha aquele carisma calmo de quem tá acostumada a lidar com gente importante.

— Bom dia! — ela disse, simpática.

— Oi, bom dia. Eu sou a Alice… a Larissa pediu pra eu vir hoje. — falei meio tímida, ajeitando a alça da bolsa no ombro.

Ela assentiu com um sorriso profissional.

— Claro, só um minutinho.

Ela pegou o telefone e discou rápido, falando em voz baixa com alguém, provavelmente a própria Larissa. Eu tentei não prestar muita atenção, mas meu coração já estava acelerado.

Depois de alguns instantes, ela desligou e apontou gentilmente para o elevador.

— Pode subir, ela vai te encontrar no corredor do oitavo andar.

— Obrigada. — sorri, seguindo o caminho com o estômago embrulhado.

O elevador subiu devagar, ou pelo menos parecia. Eu aproveitei os segundos ali para passar um gloss nos lábios e respirar fundo mais uma vez. Assim que as portas se abriram, lá estava ela já no corredor, com um blazer vinho impecável e uma postura que exalava confiança.

Ela me olhou surpresa, mas sorriu de forma acolhedora.

— Alice? Que bom te ver! Pode vir, me acompanha.

— Oi! Claro. — sorri, indo atrás dela.

Acompanhei seus passos firmes até uma sala envidraçada com vista pra cidade e decoração sóbria, mas chique. Madeira clara, livros alinhados na estante, um quadro moderno na parede... Era bonita, funcional e aconchegante ao mesmo tempo.

— Fica à vontade. Quer um café? Água?

Balancei a cabeça devagar.

— Não, obrigada. Na verdade... tô mais ansiosa pra entender como tudo funciona aqui — dei um risinho meio nervoso — e pra saber, de verdade, por que você me procurou.

Ela se aproximou da mesa e apoiou levemente as mãos na borda.

— Bom… a verdade é que eu tô precisando de uma assistente urgentemente. E ultimamente tá difícil encontrar alguém confiável. — suspirou, parecendo lembrar de alguma dor de cabeça recente. — A última aprontou uma comigo que... olha, nem gosto de comentar.

Arqueei as sobrancelhas, curiosa, mas me segurei pra não perguntar o que foi. Apenas assenti, demonstrando interesse.

— Mas por que eu? — perguntei.

Larissa me olhou com uma expressão mais suave, como se estivesse tirando algo que já queria dizer há um tempo.

— Eu te vi pela primeira vez há mais de um ano, quando fui no lugar onde você trabalhava. — disse, cruzando os braços. — E você foi extremamente gentil comigo. Me tratou com um respeito e uma delicadeza que, sinceramente, a maioria das pessoas já esqueceu de como oferecer.

Sorri, meio sem jeito.

— Eu… sou assim com a maioria dos clientes. Eles não têm culpa da vida conturbada da gente.

Ela riu levemente.

— Pois é. E eu voltei outras vezes, fui observando e cada vez saía com a sensação de que era um desperdício você estar ali, naquele balcão, sem ofender, claro.

— Não me ofende. — falei logo, vendo o cuidado dela. — Eu entendo. Também acho que não estaria lá se tivesse surgido outra oportunidade.

— Então… — ela se sentou, olhando direto pra mim. — A oportunidade surgiu agora. E é só você querer. Aqui você vai ter gente que vai te ensinar, vai te orientar e eu já pensava em te chamar para alguma vaga na empresa, porque quero mesmo dar espaço para jovens que têm talento, mas precisam de uma chance.

Ela fez uma pausa e respirou fundo antes de continuar.

— Só que aí apareceu essa vaga de assistente. É uma área que exige muito, mas também abre muitas portas. Eu quero testar você, Alice. Quero ver como se sai.

Fiquei quieta por alguns segundos, absorvendo tudo. Era estranho... e ao mesmo tempo, tão certo. Como se alguma coisa estivesse finalmente se encaixando.

— Eu aceito. — falei, com a voz mais firme do que eu esperava.

Larissa sorriu.

— Sabia que ia dizer isso.

Ela cruzou as pernas com elegância e se ajeitou na cadeira giratória. Eu me senti um peixinho entrando no aquário dos tubarões.

— Bom, Alice, deixa eu te explicar rapidinho como a empresa funciona. A gente atua principalmente no ramo de investimentos, mas temos várias parcerias com empresas de engenharia, tecnologia e até algumas startups. — Ela falava com calma, o tom de voz suave, como se não quisesse me assustar com a informação.

— Uau… — foi tudo que consegui dizer. Eu não entendia muito desse mundo corporativo, mas dava pra ver que era coisa grande.

— E a vaga que quero te oferecer é pra ser minha assistente pessoal. Você vai lidar diretamente comigo, me ajudar a organizar a agenda, acompanhar algumas reuniões, fazer anotações, cuidar da comunicação com alguns clientes mais próximos e, se topar, aprender um pouco da parte de análise de relatórios.

— Hmm… — franzi o cenho, me ajeitando na cadeira. — Olha… sendo sincera, isso aí parece coisa demais. Eu sou mais prática do que organizada, sabe? Não sei se dou conta de tudo isso, não.

Ela riu leve, com um jeito gentil, quase maternal.

— Mas você é esperta e dedicada. Isso dá pra ver de longe. Ninguém espera que você saiba tudo agora. Eu vou te treinar, vai ter também uma outra pessoa da equipe para ajudar no começo. O importante é você querer aprender. O resto a gente resolve juntas.

— O salário é acima do valor de mercado, e tem sim plano de saúde, vale-refeição, vale-transporte… e bônus também.

— Você está falando sério? — perguntei, sem conseguir esconder a surpresa. — Tipo… sério mesmo? Plano de saúde, salário bom… tudo isso?

— Tudo isso. — Ela sorriu, cruzando as mãos sobre a mesa.Eu encostei na cadeira, ainda tentando processar aquilo tudo.

— Caramba. Nunca imaginei isso pra mim, sabe? Sempre fui do tipo que topa qualquer parada pra pagar as contas no fim do mês. Trabalhei em tudo quanto é lugar.

— E é exatamente por isso que eu quero você aqui. Porque você tem garra. — Ela disse com firmeza, mas ainda com aquele jeitinho doce. — E porque eu confio na minha intuição. Quando vi você atendendo aquele dia na farmácia, percebi que você tinha mais do que só educação ou simpatia. Você tem presença, determinação e… tá mais do que na hora de alguém dar uma chance real pra isso.

Capítulo 033 - Alice 1

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