Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 208

Quando cheguei na cobertura, o primeiro que fiz foi ligar pra segurança.

— Quero dois carros fixos na frente da mansão da minha mãe. — minha voz estava seca, sem paciência. — E quero um revezamento de seis homens lá dentro. Ninguém entra ou sai sem ser visto.

Do outro lado, o chefe da segurança só respondeu um “sim, senhor” e anotou tudo.

Assim que desliguei, disquei pro Valter de novo.

— Quero gente na cola de uma pessoa, Valter. Alice, estamos namorando. Onde ela for, vocês vão. Quero dois na porta da casa dela, onde ela for, vão atrás. — Apertei o maxilar. — E ela não pode perceber nada. Depois te explico mais.

Valter fez aquele silêncio curto antes de responder.

— Entendido. E se…

— Se alguém se aproximar dela, você me liga na hora. — cortei. — Enrique não vai nem respirar perto dela.

Depois de dar mais duas ou três ordens, larguei o celular na bancada da cozinha e me encostei no balcão, respirando fundo. A sensação de estar sendo caçado não me incomodava tanto, mas saber que ele podia ir atrás de quem eu amo, isso sim me deixava com o sangue fervendo.

E tinha outra coisa… Alessandro. Ele precisava saber. Não tudo, nunca ia jogar ele no meio de merda que não era dele, mas pelo menos o suficiente pra proteger o Gabriel e a Larissa.

Peguei o celular outra vez e disquei o número dele, mas parei antes de apertar o botão de chamada. Suspirei. Talvez fosse melhor falar pessoalmente, medir as palavras.

Abri a garrafa de whisky e me servi um dedo generoso, bebendo de uma vez só. A garganta ardeu, mas não foi o suficiente pra tirar o peso no peito. Passei a mão no rosto, tentando limpar a confusão da minha cabeça, mas não adiantou.

Fui até a varanda. O vento estava gelado e o céu pesado, carregado de nuvens escuras. Tinha alguma coisa naquele cinza que parecia refletir exatamente o que eu estava sentindo.

Fiquei ali, com o copo na mão, olhando a cidade lá embaixo. Sabia que a guerra tinha começado, e que, dessa vez, não era só minha vida em jogo.

Apertei os dedos no copo.

— Pode vir, Enrique… — murmurei, quase pra mim mesmo. — Só se prepara, porque eu não vou cair sozinho.

(Alice)

Sexta, 14 de outubro

Segunda semana no escritório da Larissa e eu já estava entendendo o ritmo daquele lugar, ou pelo menos tentando. Não era só trazer café e agendar reuniões. Larissa era detalhista, exigente e, mesmo que às vezes parecesse dura, eu estava aprendendo muito com ela.

Naquela manhã, eu estava organizando a agenda dela no computador, respondendo e-mails de clientes e anotando uns recados que ela me tinha passado. Tudo no meu canto, quietinha, até sentir aquele perfume forte demais chegando por trás de mim.

— Então você é a nova assistente da dona Larissa… — a voz vinha com um tom doce falso, daqueles que já me fazem revirar os olhos mentalmente.

Me virei na cadeira. Uma mulher alta, magra, com salto agulha e um sorriso que não chegava nos olhos.

— Sou sim. — respondi, simples.

Ela deu uma olhada de cima a baixo em mim, como quem avalia um produto na prateleira e acha que não vale nada.

— Eu sou a Danila, assistente do senhor Miqueias, diretor geral. — fez questão de enfatizar o título, como se eu devesse bater continência. — Aqui, normalmente, a gente tem um certo padrão… sabe? Postura, comportamento…

Pisquei devagar.

— E você veio me avisar disso ou veio me inspecionar? — perguntei, com um sorrisinho que não era exatamente simpático.

O sorriso dela vacilou por um segundo, mas ela continuou:

— É só que, normalmente, assistente de diretoria lida com pessoas de outro… nível.

Ah, pronto. Respirei fundo e levantei da cadeira, ficando frente a frente com ela.

— Então aproveita e anota aí no seu “manual de padrões”: eu lido com qualquer pessoa, de qualquer nível. Inclusive com gente que gosta de se achar acima dos outros só porque carrega uma pasta bonita. — dei um passo pra trás e voltei a sentar. — Agora, se não tiver mais nada, Danila, eu tenho trabalho de verdade pra fazer.

Ela apertou os lábios, sem resposta, e girou nos saltos saindo dali. E eu, claro, não perdi a chance de sorrir pra mim mesma.

Poucos segundos depois, uma menina se aproximou.

— Eu não teria coragem de falar assim com ela.

Olhei pra cima e vi uma menina com o cabelo preso num coque meio torto e crachá de estagiária.

— Por quê? Ela morde? — perguntei, rindo.

A menina riu também.

— Quase isso, ela é venenosa. Eu sou a Bruna, estou no financeiro.

— Prazer, Bruna. — estendi a mão. — Não esquenta, gente assim sempre aparece. Eu só devolvo na mesma moeda.

Ela se inclinou, como quem conta um segredo.

— Você vai sobreviver aqui.

Bruna deu um sorrisinho tímido e estendeu uma pasta.

— Eu trouxe os documentos que o gerente pediu pra entregar pra senhora Larissa.

Olhei o relógio.

— Pode deixar comigo, ela ainda não chegou. — estendi a mão.

Bruna me entregou a pasta e ficou ali, me olhando.

— Sabe… eu gostei de você.

Sorri.

Capítulo bloqueado
Você poderá ler este capítulo gratuitamente em:--:--:--:--

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra