Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 210

Ficamos em silêncio por alguns segundos e eu tentando organizar o turbilhão de pensamentos que me invadia.

— Sua mãe não te procurou de novo?

Engoli seco sentindo meu corpo ficar tenso novamente e neguei com a cabeça, tentando esconder o medo que apertava meu peito.

— Não... Eu fico com medo de que algo tenha acontecido com o meu pai.

Ele franziu a testa, preocupado.

— Eles te fizeram sofrer muito, né? — disse ele, com um tom quase triste.

Assenti, suspirando, sentindo a angústia apertar o peito.

— Minha infância... foi sem carinho, só com julgamentos. Eles diziam que eu podia morrer a qualquer momento por causa da diabetes, que eu precisava comer uma comida diferente, mesmo quando a gente tinha tão pouco.

O peso daquela lembrança me esmagava por dentro.

— Queria poder apagar tudo isso da sua mente — falou, com sinceridade.

Sorri, meio triste, meio resignada.

— Se apagasse, eu não seria a pessoa que sou hoje. E, sabe, eu gosto de quem me tornei.

Ele me beijou suavemente.

— Eu também gosto.

Senti uma coragem nova e resolvi me abrir mais.

— Eu conheci um menino, nós tínhamos 16 anos naquele tempo. A gente começou a namorar escondido e quando eu fiz 17, uns quatro meses depois, eu engravidei.

Minha voz falhou com o aperto no coração que senti.

— Ele simplesmente sumiu quando contei. Minha família descobriu logo depois e me expulsou de casa. Peguei uma chuva tão forte naquela noite que adoecei e quase morri.

Diogo me abraçou forte, apertando meu corpo, como se quisesse proteger todo meu sofrimento.

— Meu coração dói só de ouvir isso.

Forcei um sorriso, tentando amenizar a dor.

— Nem tudo foi uma desgraça. Tinha uma prima, a Mady. Ela era como uma irmã pra mim. Sempre levava uma coxinha, um bolinho, qualquer coisa com um palito de fósforo pra apagar no dia do meu aniversário. Fingia que queria uma roupa para seus pais comprarem, só pra depois me dar. Vivia testando receitas sem açúcar, e ela era minha melhor amiga.

Ele sorriu, tocado.

— Você ainda tem contato com ela?

Desviei o olhar, meio sem jeito.

— Não. Ela mudou de cidade, e a gente nunca mais se falou. Anos depois, eu recebi a notícia de que ela tinha morrido.

Diogo me abraçou de novo, segurando meu rosto entre as mãos.

— Sinto muito, Alice.

Sorri, sentindo um leve conforto com seu abraço.

— Até pouco tempo, a única pessoa que eu considerava família era o Julio.

Ele me beijou com carinho.

— Agora, eu também sou.

Concordei, sentindo que, pela primeira vez em muito tempo, não estava sozinha.

(Diogo)

— Sabe, eu estava pensando… — comecei, com um sorriso leve — que a gente podia dar um passeio hoje. Só nós dois, sem pressa.

Ela olhou pra mim, surpresa, e um sorriso tímido surgiu nos lábios.

— Um passeio?

— É. Podemos ir ao parque. Nessa hora, lá está vazio e o lago iluminado é lindo para uma boa vista.

Ela assentiu, se levantando devagar.

Liguei para Rian, o motorista da empresa e ele trouxe o carro, indo de Uber para a casa dele.

Peguei a mão dela e a conduzi até o carro. Quando chegamos, o parque estava praticamente vazio, o céu estrelado e as luzes coloridas no lago.

Andamos devagar, conversando sobre coisas bobas, rindo com facilidade.

Finalmente, parei numa clareira onde só o som do vento e das folhas quebrava o silêncio.

Me virei para ela, tentando encontrar as palavras certas.

— Alice... — comecei, engolindo o nó na garganta — Eu sei que a gente já falou sobre isso, mas... eu queria fazer direito.

Ela me olhou, curiosa.

— Direito?

Sorri, tirando do bolso uma pequena caixinha.

— Eu fiz o pedido de namoro meio sem cerimônia, né? — falei, abrindo a caixinha para mostrar dois aneis simples, mas cheio de significado. — Quero fazer tudo certo com você. Quero que a gente construa isso do jeito que merece.

Ela ficou em silêncio por um segundo, os olhos brilhando. Então um sorriso enorme tomou o rosto dela.

— Eu não imaginava... — ela disse, emocionada — Isso significa muito pra mim, Diogo.

Segurei a mão dela com força, sentindo que aquele era só o começo da gente.

— Quer namorar comigo, Alice Mendes?

Ela riu e assentiu, me puxando para um abraço apertado.

Capítulo bloqueado
Você poderá ler este capítulo gratuitamente em:--:--:--:--

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra