Chegamos na mansão e eu percebi que Alice estava toda sem jeito, o olhar dela passeando pelo hall como se tentasse se localizar.
Desci do carro e segurei sua mão firme, guiando-a até a porta. Assim que entramos, encontramos minha mãe sentada no sofá com os olhos vermelhos e marejados, segurando um lenço.
— Mãe… o que aconteceu? — me aproximei, sentindo um frio estranho no estômago.
Ela levantou o rosto devagar.
— Caleb… está no quarto trancado. Não quer falar com ninguém… — a voz dela era fraca, quebrada.
Suspirei, passando a mão pelos cabelos.
— Eu vou falar com ele.
Virei para Alice e estendi a mão. Ela se aproximou, meio hesitante.
— Não era assim que eu queria apresentar vocês… mas, mãe, essa é a Alice, minha namorada.
Vi o leve espanto no rosto dela antes de limpar as lágrimas, tentando sorrir.
— Prazer… e que surpresa. O Diogo não comentou nada.
Alice sorriu de leve.
— Tudo bem… eu me apresento direito depois. Sei que esse momento é delicado.
— Vou adorar conhecê-la melhor, querida. — minha mãe respondeu, tocando no braço dela de forma carinhosa.
Dei um selinho rápido em Alice.
— Eu vou tentar falar com ele.
Ela apenas acenou, mas eu percebi que ela notou minha tensão.
Subi as escadas e bati de leve na porta do quarto.
— Caleb… abre pra gente conversar.
Silêncio.
— Você não confia mais em mim pra se abrir? — perguntei, tentando manter a calma.
A voz dele veio abafada:
— Eu não quero falar com ninguém.
Fechei os olhos por um segundo.
— Então deixa eu pelo menos te ver.
Achei que ele fosse continuar me ignorando, mas ouvi o som da fechadura girando e, em seguida, a porta se abrindo lentamente. Ele se afastou com a cadeira de rodas, indo direto para a janela sem me olhar.
Entrei e fechei a porta atrás de mim.
— O que aconteceu?
Ele demorou a responder.
— Eu… também não sei. Ela só… terminou comigo. Pediu desculpas.
A voz dele começou a tremer, e então as lágrimas caíram.
— Eu não sei como vai ser sem ela, Diogo… a Fernanda era diferente. Eu sei que ela me amava e eu… eu a amo tanto. Mas não entendo… — ele passou a mão no rosto, como se tentasse conter o choro, mas não conseguia.
Senti um aperto no peito, junto de uma raiva crescente. Era exatamente isso que eu queria evitar. Ver ele nesse estado… me destruía.
— Caleb… — me ajoelhei na frente dele, tentando chamar seu olhar — a gente vai descobrir o que aconteceu. Mas eu não vou deixar você passar por isso sozinho, entendeu?
Ele apenas balançou a cabeça com o rosto molhado de lágrimas e voltou a olhar para a janela como se o mundo lá fora fosse mais fácil de encarar do que a dor que estava sentindo.
Desci as escadas com o sangue fervendo. O nó na garganta era tão forte que eu mal conseguia engolir. Caleb… meu irmão mal olhou na minha cara. Aquilo me corroía.
Cada passo que eu dava era como se a raiva e a preocupação se misturassem num peso insuportável no peito.
Minha mãe estava na sala e se levantou assim que me viu.
— Você falou com ele? — a voz dela tremia.
Eu não respondi de imediato, apenas assenti lentamente. Sentia meus olhos arderem, mas não ia chorar ali. Não na frente de todo mundo.
Alice se aproximou com os passos leves, mas o olhar atento.
— O que aconteceu? — perguntou, me encarando como se quisesse arrancar a resposta à força.
Eu apertei os lábios, tentando segurar. Senti a raiva queimando e as lágrimas ameaçando cair, mas não ia deixar.
— Eu não vou aguentar ver o meu irmão como ele ficou da outra vez — falei, a voz mais baixa e rouca do que eu queria.
Minha mãe levou a mão à boca e começou a chorar ainda mais. Virei o rosto, não queria que Alice me visse assim.
Mas ela não hesitou. Segurou minha mão com força e me puxou para um abraço. Eu a abracei de volta, fechando os olhos e inspirando o cheiro do seu cabelo. Aquele cheiro… era como se, por um instante, a minha raiva se dissolvesse.
Ela ergueu o rosto para me olhar, tão pequena diante de mim e passou a mão pelo meu rosto, com o toque suave e quente.
— Beleza… eu tenho aqui. Mas o que você vai fazer?
— Não interessa. Eu só quero o endereço.
Ele suspirou, meio contrariado.
— Tá bom. Vou mandar por mensagem. Mas, Diogo, não vai fazer merda.
— Eu já tô no meio dela, Cauã. Só me manda.
Desliguei antes que ele pudesse continuar. Encostei a cabeça na parede por alguns segundos, tentando controlar a respiração. A mensagem chegou quase na hora com o endereço.
Guardei o celular no bolso, mas fiquei ali parado, engolindo a raiva, pensando no próximo passo. Eu ia resolver isso. Ninguém ia destruir o Caleb de novo.
Voltei pra sala e encontrei minha mãe encostada no sofá, dormindo e Alice ao lado dela, fazendo carinho de leve no braço. Suspirei.
— Acho melhor levar ela pra cama — Alice disse baixinho, me olhando.
Assenti e me abaixei, tocando no ombro da minha mãe com cuidado.
— Mãe… vamos pro quarto, é mais confortável.
Ela abriu os olhos devagar, murmurando alguma coisa que não entendi, mas me deixou ajudá-la a subir as escadas. Fiquei ali no quarto até vê-la deitada e respirando mais tranquila. Só então desci de volta.
Alice estava de pé, olhando pro nada como se tivesse se perdido nos próprios pensamentos. Cheguei perto e toquei o ombro dela.
Ela sorriu.
— É bonito, sabe… essa união de vocês. Todo mundo preocupado com o Caleb.
A virei de frente e beijei sua testa.
— E agora você vai ter pessoas pra cuidar de você também. Eu quero construir uma família com você, Alice.
Ela arqueou uma sobrancelha, rindo de leve. — Isso é um pedido de casamento tão cedo?
Ri também e balancei a cabeça.
— Ainda não. Eu quero aproveitar todo o namoro… depois o noivado… e aí sim, casar com você. Mas pode ter certeza de uma coisa: eu vou fazer de tudo pra você não sofrer. Quero que a gente tenha a chance de construir uma família do nosso jeito. A gente vai amar nossos filhos, dar carinho, atenção… tudo que eles precisarem.
O sorriso dela foi ficando mais doce e então se aproximou, me beijando com carinho.
— É o que eu mais quero também.
Segurei seu rosto, olhando seus olhos por um instante, sentindo aquela certeza crescer dentro de mim. Mesmo no meio do caos, ela era meu ponto de paz.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...