Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 211

Chegamos na mansão e eu percebi que Alice estava toda sem jeito, o olhar dela passeando pelo hall como se tentasse se localizar.

Desci do carro e segurei sua mão firme, guiando-a até a porta. Assim que entramos, encontramos minha mãe sentada no sofá com os olhos vermelhos e marejados, segurando um lenço.

— Mãe… o que aconteceu? — me aproximei, sentindo um frio estranho no estômago.

Ela levantou o rosto devagar.

— Caleb… está no quarto trancado. Não quer falar com ninguém… — a voz dela era fraca, quebrada.

Suspirei, passando a mão pelos cabelos.

— Eu vou falar com ele.

Virei para Alice e estendi a mão. Ela se aproximou, meio hesitante.

— Não era assim que eu queria apresentar vocês… mas, mãe, essa é a Alice, minha namorada.

Vi o leve espanto no rosto dela antes de limpar as lágrimas, tentando sorrir.

— Prazer… e que surpresa. O Diogo não comentou nada.

Alice sorriu de leve.

— Tudo bem… eu me apresento direito depois. Sei que esse momento é delicado.

— Vou adorar conhecê-la melhor, querida. — minha mãe respondeu, tocando no braço dela de forma carinhosa.

Dei um selinho rápido em Alice.

— Eu vou tentar falar com ele.

Ela apenas acenou, mas eu percebi que ela notou minha tensão.

Subi as escadas e bati de leve na porta do quarto.

— Caleb… abre pra gente conversar.

Silêncio.

— Você não confia mais em mim pra se abrir? — perguntei, tentando manter a calma.

A voz dele veio abafada:

— Eu não quero falar com ninguém.

Fechei os olhos por um segundo.

— Então deixa eu pelo menos te ver.

Achei que ele fosse continuar me ignorando, mas ouvi o som da fechadura girando e, em seguida, a porta se abrindo lentamente. Ele se afastou com a cadeira de rodas, indo direto para a janela sem me olhar.

Entrei e fechei a porta atrás de mim.

— O que aconteceu?

Ele demorou a responder.

— Eu… também não sei. Ela só… terminou comigo. Pediu desculpas.

A voz dele começou a tremer, e então as lágrimas caíram.

— Eu não sei como vai ser sem ela, Diogo… a Fernanda era diferente. Eu sei que ela me amava e eu… eu a amo tanto. Mas não entendo… — ele passou a mão no rosto, como se tentasse conter o choro, mas não conseguia.

Senti um aperto no peito, junto de uma raiva crescente. Era exatamente isso que eu queria evitar. Ver ele nesse estado… me destruía.

— Caleb… — me ajoelhei na frente dele, tentando chamar seu olhar — a gente vai descobrir o que aconteceu. Mas eu não vou deixar você passar por isso sozinho, entendeu?

Ele apenas balançou a cabeça com o rosto molhado de lágrimas e voltou a olhar para a janela como se o mundo lá fora fosse mais fácil de encarar do que a dor que estava sentindo.

Desci as escadas com o sangue fervendo. O nó na garganta era tão forte que eu mal conseguia engolir. Caleb… meu irmão mal olhou na minha cara. Aquilo me corroía.

Cada passo que eu dava era como se a raiva e a preocupação se misturassem num peso insuportável no peito.

Minha mãe estava na sala e se levantou assim que me viu.

— Você falou com ele? — a voz dela tremia.

Eu não respondi de imediato, apenas assenti lentamente. Sentia meus olhos arderem, mas não ia chorar ali. Não na frente de todo mundo.

Alice se aproximou com os passos leves, mas o olhar atento.

— O que aconteceu? — perguntou, me encarando como se quisesse arrancar a resposta à força.

Eu apertei os lábios, tentando segurar. Senti a raiva queimando e as lágrimas ameaçando cair, mas não ia deixar.

— Eu não vou aguentar ver o meu irmão como ele ficou da outra vez — falei, a voz mais baixa e rouca do que eu queria.

Minha mãe levou a mão à boca e começou a chorar ainda mais. Virei o rosto, não queria que Alice me visse assim.

Mas ela não hesitou. Segurou minha mão com força e me puxou para um abraço. Eu a abracei de volta, fechando os olhos e inspirando o cheiro do seu cabelo. Aquele cheiro… era como se, por um instante, a minha raiva se dissolvesse.

Ela ergueu o rosto para me olhar, tão pequena diante de mim e passou a mão pelo meu rosto, com o toque suave e quente.

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