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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 212

(Alice)

Diogo parou o carro em frente a minha casa. Ele me olhou com aquele sorriso meio cansado, mas ainda assim bonito e passou a mão pela minha bochecha.

— Te vejo mais tarde — murmurou, encostando os lábios nos meus. Foi um beijo rápido, mas cheio de carinho, do jeito que só ele sabia dar.

— Até mais, bilionário — falei, tentando dar um sorriso leve, mesmo com a cabeça cheia depois de tudo que rolou com o irmão dele.

Desci do carro e acenei antes de ele sair. Respirei fundo e entrei, mas ao invés de ir para o quarto, cruzei a cozinha e fui até o quintal, onde sabia que Júlio estava na rede. E lá estava ele, com a cara enfiada no celular.

— Boa noite pra você também — falei, me jogando na cadeira em frente.

Ele levantou os olhos e riu. — Boa noite, madame Alice. Veio me fazer companhia ou já está fugindo para o seu bilionário?

Revirei os olhos.

— Engraçado você falar isso... porque é meio sobre isso que eu queria falar.

— Ah não... lá vem. — Ele largou o celular e me encarou como se já soubesse que vinha drama.

Sentei na rede ao seu lado e como ele era mais alto, dava um impulso para a rede balançar.

— Quem é o stalker?

Suspirei e mexi as pernas, balançando no ar. — Não sei, Júlio... Mas eu tô com a sensação estranha de que alguém tá me observando.

— Observando... tipo, te seguindo? Ou observando de longe, do tipo “crush secreto”? — ele provocou.

— Não é crush, Júlio, é creepy mesmo — falei séria, e vi ele ajeitar a postura. — Aconteceu umas três vezes já... na rua, no ponto de ônibus semana passada, e hoje cedo... juro que tive a impressão que tinha alguém parado na entrada da empresa só me olhando. Quando virei, não tinha ninguém.

Ele tentou disfarçar a preocupação. — Pode ser coincidência, vai.

— Coincidência é tropeçar na mesma pedra duas vezes, não três ou quatro — respondi, tentando brincar, mas a verdade é que aquilo estava me incomodando mais do que eu queria admitir.

— Você quer que eu te acompanhe nos horários de saída? — ele ofereceu, e vi que estava genuinamente preocupado.

— Não precisa. Eu sei me cuidar. — Dei um sorriso torto. — Além do mais, se eu começar a ter segurança particular, vou me sentir a Beyoncé.

Ele riu. — Você é um caso perdido mesmo.

— E falando em casos perdidos... — mudei de assunto, apoiando a cabeça no ombro dele — Conheci a mãe do Diogo. Quer dizer... conheci por cima, porque ela tava péssima por causa do irmão dele, que terminou com a namorada.

— Putz, que chato.

— É... e a menina, Fernanda. Eu nem sei que é, mas deu pra ver que a coisa foi séria. Ele estava trancado no quarto e a casa toda em um clima pesado. — Suspirei. — Não sei bem o que aconteceu, mas foi estranho.

— Estranho como?

— Estranho tipo “tem mais coisa aí que ninguém tá falando”. Sinto que o Diogo está escondendo alguma coisa com relação a isso. Mas vamos mudar de assunto, hoje foi um dia confuso.

— Ah, sim... claro. Vamos falar de coisas boas, tipo o gostosão com quem eu to saindo.

Revirei os olhos, rindo. — Você é insuportável.

Mas, por dentro, a sensação de estar sendo observada não tinha passado nem um pouco.

***

No dia seguinte, Júlio me deixou em frente ao prédio da empresa, mas não sem antes fazer o teatro de sempre.

— Quer que eu suba e te proteja dos olhares misteriosos do corredor? — ele disse com aquela cara debochada.

Revirei os olhos.

— Jura? Eu mal acordei, não vou gastar energia com piada ruim logo cedo.

Ele riu e desligou a moto.

— Vai dizer que não se sente mais segura comigo?

— Eu me sinto mais irritada, isso sim — falei, descendo da garupa. Mas sorri, porque no fundo era bom ter alguém assim perto de mim.

— Tá, madame independência, vê se não arruma confusão antes das nove.

— Prometo nada. — Bati no ombro dele e segui para a entrada.

O dia mal tinha começado e eu já estava com a paciência no limite e olha que nem tinha feito nada ainda.

Entrei no prédio e fui direto pro banheiro pra dar uma ajeitada no cabelo, quando ouvi o salto de alguém ecoando atrás de mim.

— Olha só quem resolveu aparecer cedo hoje — a voz carregada de veneno de Danila cortou o ar.

Suspirei e me virei, já sabendo que vinha besteira. — E olha só quem já tá distribuindo veneno antes das oito.

Ela cruzou os braços, com aquele sorrisinho falso.

— Sabe, não é todo mundo que chega aqui com “moral” de andar com o Diogo. Acha que é mais do que um casinho?

Estranhei o fato dela já estar sabendo sobre Diogo e eu e como diabos ela descobriu isso? Respirei fundo, não vinha ao caso agora.

— Nossa, obrigada pela análise, FBI — respondi.

Ela inclinou a cabeça, falsa até o osso.

— Só digo pra tomar cuidado. O lugar de certas pessoas não é tão alto assim… e a queda pode ser feia.

Eu respirei fundo e sorri daquele jeito que antecede tragédia.

— Danila, vou te falar uma coisa pra ver se entra na sua cabeça dura: eu não preciso de homem nenhum pra estar onde eu tô. E se você acha que pode me intimidar com esse papinho de cobra mal treinada, você tá é perdendo tempo.

Ela arqueou a sobrancelha, fingindo que não se abalou.

— Só estou dando um conselho.

Capítulo 050 - Alice 1

Capítulo 050 - Alice 2

Capítulo 050 - Alice 3

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