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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 214

(Diogo)

Alice ficou olhando pela janela durante boa parte do trajeto, provavelmente ainda pensando no que tinha me contado sobre o homem estranho. Eu não queria pressionar, mas minha cabeça já estava trabalhando a mil. Quando paramos em frente ao trabalho dela, ela virou pra mim com aquele sorriso que sempre me desmonta.

— Até mais — disse, inclinando-se para me dar um beijo rápido.

Eu ia responder, mas, do nada, uma voz surgiu do lado da minha janela.

— Bom dia, casal do ano!

Olhei e vi Larissa, encostada ali com aquele jeito dela de quem chega e já toma conta do ambiente. Alice riu, abriu a porta e saiu, comigo seguindo o seu exemplo.

— Larissa! — a cumprimentei com um abraço apertado. — Como está a Maria Eduarda?

Ela passou a mão na própria barriga e sorriu.

— Tá aqui, mexendo a todo minuto. E o Alessandro já tá quase arrancando os cabelos.

Soltei uma risada. — Ah, disso eu não duvido. Ele não aguentaria a gestação do Gabriel, com certeza.

Alice franziu a testa, curiosa. — Você conhece o filho dela?

— Conheço — confirmei, olhando pra ela. — Acompanhei a gestação do Gabriel também, quando ela estava grávida.

Larissa me encarou com aquele olhar cheio de gratidão que eu já conheço. — Ele que me salvou, Alice. Me ajudou a recomeçar. O que eu sou hoje, devo muito a ele.

— O que você tem hoje é mérito seu, Larissa — corrigi, balançando a cabeça.

Ela deu um meio sorriso e tocou o braço de Alice. — Cuida bem desse homem, viu? Ele é incrível.

Depois se virou pra mim, com aquele tom brincalhão que sempre usava pra disfarçar o quanto se importava.

— E você, se cuida também. Porque pelo jeito, se fizer alguma com a Alice, ela arranca as suas bolas.

Alice caiu na risada. — A chefinha já me conhece direitinho. É isso mesmo que eu falo.

Eu também ri, mas o nervosismo escapou na minha voz. — Fica tranquila. Não vou fazer nada pra estragar. Só tudo pra fazer ela feliz.

— Assim que tem que ser — ela assentiu. — Posso falar contigo um minutinho?

— Claro.

Alice olhou pra mim e depois pra ela. — Então eu vou subir, tá?

Assenti. — Vai lá, nos vemos depois.

Ela me deu um último sorriso antes de seguir pro prédio.

Larissa me chamou pra atravessar a rua e ir até a cafeteria em frente e eu já sabia que vinha alguma conversa mais séria. Entramos e nos sentamos numa mesa perto da janela. Ela pediu um suco de uva e eu fiquei com um café.

— Então… o que aconteceu? — perguntei, sem enrolar.

Larissa me olhou como quem já sabia mais do que devia. — Eu sei que tem alguma coisa acontecendo, Diogo.

Franzi o cenho. — Do que você tá falando?

Ela suspirou, apoiando os braços na mesa.

— A Alice veio falar comigo… disse que achava que tinha alguém seguindo ela. E, sinceramente, não parecia estar blefando.

Meu corpo ficou tenso na hora.

— E por que você acha que isso tem a ver comigo?

— Porque… — ela hesitou por um segundo, mas foi até o fim — …eu ouvi quando você pediu o número do Cauã pro Alessandro.

Arqueei a sobrancelha, surpreso. — Como é que você sabe do Cauã?

— Porque eu tenho ouvido bom, Diogo — ela respondeu, cruzando os braços. — Agora, quer me explicar?

Respirei fundo. Parte de mim queria abrir tudo, queria ter alguém com quem dividir esse peso, mas… Larissa estava grávida. Eu não podia jogá-la no meio dessa bagunça.

— Tem uma pessoa me ameaçando — falei, encarando os olhos dela. — É por causa de negócios antigos… Eles me ameaçaram, e eu acho que o acidente do Caleb está envolvido nisso.

Ela arregalou os olhos e levou a mão à boca.

— Meu Deus… você já chamou a polícia? O Alessandro sabe?

Balancei a cabeça. — Ainda não. Mas eu vou falar com ele hoje. Tô indo na empresa dele agora.

— É bom mesmo — ela disse, séria. — Quem sabe ele não pode te ajudar.

— Vou providenciar isso agora. — fez uma pausa. — E você, precisa de ajuda?

— O Valter já tá à frente disso.

Ele assentiu, mas ainda estava visivelmente incomodado. — Qualquer coisa, me chama.

Levantei-me, ajeitando o paletó. — Pode deixar. Agora preciso ir pra minha empresa.

Ele me acompanhou com o olhar até a porta, e antes de sair, ainda senti aquela tensão no ar. Era o jeito do Alessandro, protetor até o último fio de cabelo, mas também impulsivo quando algo mexia com quem ele se importava. E eu sentia que ele simplesmente não ficaria esperando eu resolver as coisas.

Cheguei na empresa já com a cabeça a mil. Nem sentei direito na cadeira, só joguei a pasta em cima da mesa e peguei o celular.

Valter atendeu na primeira chamada.

— Fala, chefe.

— Eu quero que você dobre o número de seguranças para a Alice e todos os outros. — falei direto, sem rodeio.

Ele fez um som de confusão. — Dobrar? O que aconteceu?

— Como assim o que aconteceu? — minha voz já subiu um tom. — Me explica como é que os seguranças que estão com a Alice não falaram nada sobre um homem seguindo ela?

— Olha… eu não sei. Eles não comentaram nada comigo. — ele respondeu, meio hesitante.

A raiva subiu no mesmo instante.

— Então troca esses caras. Agora. Se eles não perceberam um sujeito rondando ela, não servem pra proteger ninguém.

— Tá… entendido. Eu vou colocar outros no lugar.

— E eu quero o dobro de homens de olho nela. — completei, já passando a mão no rosto pra tentar segurar o impulso de socar a mesa.

— Certo. Eu resolvo isso ainda hoje.

Desliguei sem dizer mais nada e joguei o celular com força em cima da mesa. Respirei fundo, tentando conter aquela mistura de raiva e preocupação que já estava me consumindo.

Ninguém podia encostar nela. Ninguém podia sequer pensar em fazer mal pra Alice. A partir de hoje, não importava o que fosse, eu mesmo ia levá-la e buscá-la na empresa.

Não ia dar espaço pra mais erro.

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