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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 215

Sábado, 29 de outubro

Uma semana depois…

Faziam dias sem que o desgraçado do Enrique desse um pio, sem ameaças, joguinhos, sem nenhuma provocação. E isso não me tranquilizava nem um pouco, pelo contrário, me deixava em alerta, como se ele estivesse preparando algo muito pior.

Alice também disse que não viu mais ninguém a seguindo, e embora isso devesse me aliviar, minha cabeça não aceitava baixar a guarda.

No meio disso tudo, eu e ela… estávamos cada vez mais próximos. Sabia o que estava sentindo.

Aquilo não era apenas atração, muito menos só desejo. Era amor, simples assim. E eu já estava decidido que ia deixar claro para ela o quanto eu a amava.

Caleb, por outro lado, não melhorava e isso me corroía. Por isso, decidi que hoje eu ia atrás de Fernanda. Cauã já tinha mandado o endereço certinho da casa dela em Céu Azul.

Neste exato momento, estava na rede do quintal da casa de Alice. Tinha dormido aqui essa noite e ela estava deitada no meu colo, com os cabelos caindo sobre meus braços. A rede balançava devagar, e o silêncio era confortável… mas minha mente não parava.

Passei a mão em seus cabelos, sentindo o toque macio entre os meus dedos.

— Eu vou precisar sair. — falei baixo, quase como se não quisesse quebrar aquele momento.

Alice fez um biquinho, levantou um pouco a cabeça e me olhou.

— Não pode ficar mais um pouco? — perguntou, me dando um beijo rápido nos lábios, como se quisesse me convencer.

Sorri de canto, acariciando o rosto dela.

— Se eu ficar mais, vai acabar ficando tarde demais e não vou conseguir voltar ainda hoje.

Ela suspirou, mas assentiu, mesmo contrariada.

— Tá… tudo bem. — murmurou, como quem aceita mas não gosta.

— Prometo que volto logo. — garanti, antes de puxá-la para um beijo mais demorado, intenso, que fez meu peito apertar.

Ajudamos um ao outro a levantar da rede e fomos juntos até o carro. Antes de eu entrar, ela se inclinou e me deu um último beijo, mais suave dessa vez, mas com aquele gostinho de “volta logo”.

— Se cuida. — disse ela, com um olhar que me fez quase desistir de ir.

— Sempre. — respondi, e entrei no carro.

Liguei o motor e peguei o caminho de Céu Azul, já com a cabeça cheia do que precisava dizer e fazer quando encontrasse Fernanda. Hoje, não ia ter enrolação.

O sol estava castigando quando cheguei em Céu Azul, por volta das onze da manhã. Estacionei o carro um pouco mais afastado da casa de Fernanda e, antes mesmo de desligar o motor, percebi a confusão. Ela estava na porta, gritando com um homem mais velho, o tio, imaginei.

Ele apontava o dedo na cara dela com a voz carregada de raiva, e antes que eu pudesse entender as palavras, empurrou Fernanda com força. Ela caiu no chão e o impacto seco me fez cerrar os dentes.

Fernanda chorava, tentando se levantar e gritou algo que não consegui ouvir direito. O tio virou as costas e entrou, batendo a porta com força. Ela ficou ali, parada por alguns segundos, até sair andando pela rua de paralelepípedos, com o rosto molhado de lágrimas, limpando-as com pressa enquanto o sol queimava.

Fiquei a observando de longe, sentindo uma raiva estranha crescer no peito. Por que diabos ele a trataria daquele jeito? E, mais ainda… o que estava acontecendo de verdade?

Respirei fundo, liguei o carro e segui devagar até me aproximar dela. Diminuí a velocidade e abaixei o vidro.

— Entra no carro, Fernanda. — minha voz saiu firme.

Ela arregalou os olhos surpresa. Limpou as lágrimas rapidamente como se não quisesse que as visse, parou de caminhar e me olhou não acreditando que eu estava ali.

— O que você tá fazendo aqui? — perguntou com a voz embargada.

— Entra no carro — repeti, tentando manter o tom controlado. — Nós precisamos conversar.

Ela olhou pros lados, como se temesse que alguém visse e balançou a cabeça.

— Não posso. Você precisa ir embora.

Fechei a mão no volante, respirando fundo pra não perder a paciência.

— Eu não estou pedindo, Fernanda. Entra. Agora.

Ela hesitou por mais alguns segundos, limpou as lágrimas de novo, respirou fundo e abriu a porta do passageiro. Não falei mais nada depois que ela entrou. Arranquei o carro e segui para um lugar mais afastado, onde a gente pudesse conversar sem plateia.

Estacionei numa estrada mais tranquila, desliguei o motor e me virei pra ela.

— O que diabos tá acontecendo, hein? — perguntei com a voz mais alta do que pretendia. — Por que você terminou com meu irmão daquele jeito, sem explicação nenhuma?

— Diogo… não é tão simples. — ela abaixou o olhar.

— Simples? — ri sem humor. — Você sabe como o Caleb está? Você faz ideia do estrago que deixou nele?

Ela fechou os olhos e as lágrimas voltaram a cair.

— Eu não queria machucar ele…

— Então parabéns, porque conseguiu — retruquei, sentindo o sangue ferver. — E agora eu chego aqui e vejo seu tio te jogando no chão. O que está acontecendo de verdade?

Ela respirou fundo, mas não respondeu de imediato.

Eu me virei pra ela, ainda segurando firme no volante.

— Me diz o que está acontecendo, porque eu sei que algo está rolando.

Ela respirou fundo novamente.

— Eu nunca quis machucar o Caleb, Diogo. Eu o amo demais, não queria ver ele mal.

— Você o ama? — soltei um riso curto, irônico. — Que amor é esse que abandona sem explicação?

Ela desviou o olhar, apertando as mãos no colo. — Eu… eu tinha que fazer isso pro bem dele.

— Que bem é esse? — insisti, inclinando o corpo pra frente. — Fernanda, me diz o que está acontecendo. Eu quero muito acreditar que você não está envolvida com o que não deve… mas se não falar nada, vai acabar pagando junto com quem quer ferrar minha família.

As lágrimas começaram a rolar em seu rosto e ela balançou a cabeça. — Eu não posso… não posso dizer.

— Por quê? — pressionei.

— Porque… — ela mordeu o lábio com a voz embargada — … é por causa da minha irmã.

Capítulo 053 - Diogo 1

Capítulo 053 - Diogo 2

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