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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 216

(Fernanda)

O carro do Diogo se afastou e, junto com ele, parecia que minha última chance de respirar em paz também ia embora.

Tentei me manter firme, mas a pressão no peito foi crescendo até que o choro me pegou de jeito. Segurei com força, mordendo o lábio, mas era como tentar segurar uma represa prestes a estourar.

De repente, um puxão brutal no meu cabelo me fez dar um grito abafado.

— Ai! — tropecei nos próprios pés enquanto era arrastada para trás. Antes que eu pudesse entender, fui lançada para longe, caindo de lado no chão áspero e quente.

Levantei o olhar, ainda ofegante e vi a figura dele. Meu tio.

— O que diabos você estava conversando com o Montenegro?! — ele gritou, e o tapa veio antes mesmo de eu poder responder. A ardência se espalhou pelo meu rosto.

— Eu… eu não falei nada — engoli seco, sentindo o gosto salgado do choro — Ele só veio saber… por que eu terminei com o Caleb.

Ele se inclinou, segurando meu rosto com força, os dedos quase cravando na minha pele.

— Vagabunda! Você vai voltar sim para aquele aleijadinho!

Meu corpo inteiro tremeu, mas a raiva foi maior.

— Não chama ele assim! — tentei empurrar a mão dele.

Outro tapa, mais forte dessa vez, me fez perder o equilíbrio e quase cair de novo.

Segurei o rosto, sentindo o calor e a dor, e deixei escapar entre dentes:

— Eu te odeio…

Ele me puxou pelo cabelo outra vez, fazendo meu pescoço doer.

— Para com isso, Fernanda… ou então você nunca mais vai ver a sua irmãzinha.

Um gelo correu pela minha espinha. Ele sabia exatamente onde me acertar e meu coração disparou de medo, mas a raiva ainda queimava e só percebi quando cuspi em seu rosto.

— Vai se ferrar! E não encosta um dedo nela!

Ele limpou o rosto devagar com os olhos cheios de ameaça.

— Tudo que você precisa fazer… é voltar para aquele moleque.

Fiquei ofegante, olhando pra ele sem conseguir responder.

— E garante a segurança da sua irmã. Só isso… Basta fazer o que eu mando.

As palavras dele ecoaram como um grilhão se fechando no meu pescoço. E eu sabia que ele não estava blefando.

Eu sabia que ia me arrepender, mas a pergunta escapou antes que eu conseguisse segurar.

— O que você estava conversando com aquele homem? — minha voz tremeu. — É ele quem estava por trás de tudo isso?

O foco não era mais o Caleb… era o Diogo. Aquilo que eu vi no olhar dos dois me deixou com um nó no estômago.

Meu tio estreitou os olhos, a impaciência estampada no rosto.

— Cala a boca e cuida da sua vida, Fernanda. Você não precisa saber de nada. Só faz o que eu mando.

Eu balancei a cabeça, já sentindo o peito arder.

— Não… eu não vou ajudar o vocês a machucar ninguém.

Ele se aproximou um passo, sua sombra caindo sobre mim.

— Então arca com as consequências se a sua irmã se machucar. — As palavras saíram frias, cortantes.

Meu corpo gelou na hora. As imagens da minha irmãzinha, assustada e sozinha naquele colégio interno horrível, invadiram minha cabeça. Eu travei, a respiração presa, e engoli qualquer resposta que pudesse vir.

Não falei mais nada. Apenas virei as costas e fui embora.

Chegando em casa, fui direto pro meu quarto. Fechei a porta, me joguei na cama e finalmente deixei as lágrimas caírem. O peso no meu coração parecia insuportável.

Peguei o celular e abri uma foto minha e do Caleb, rindo. A saudade bateu com força.

Eu nunca devia ter feito o que meu tio mandou. Sei que só me aproximei do Caleb porque tinha medo do que meu tio faria com a minha irmã. Mas ele… ele me tratou como ninguém nunca tinha tratado.

E eu me apaixonei.

Mais do que isso: amei de um jeito profundo, verdadeiro. Desde que meus pais morreram, ninguém cuidou de mim daquele jeito e ele foi o único.

Respirei fundo, passando a mão pelo rosto molhado de lágrimas. Caleb e minha irmã… eram as duas pessoas mais importantes pra mim. E talvez fosse a hora de fazer o que eu devia ter feito desde o começo: falar com o Diogo.

Ele tinha dinheiro, influência e talvez… só talvez… pudesse realmente manter minha irmã segura.

(Diogo)

Cheguei na cobertura exausto, mas minha mente não parava de girar. Cada detalhe daquela última semana pesava no meu peito: Caleb ainda abatido, Fernanda agindo de maneira estranha, o silêncio inquietante de Enrique… tudo parecia um nó que eu precisava desfazer.

Sentei-me no sofá, encarando a cidade lá embaixo, e respirei fundo, tentando organizar as ideias.

Meu celular vibrou e vi que era Valter. Atendi rapidamente.

— Diogo — disse ele, a voz firme, mas com aquele tom que me deixou imediatamente em alerta.

Capítulo 054 - Fernanda/Diogo 1

Capítulo 054 - Fernanda/Diogo 2

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