As portas do elevador se abriram e eu tive que segurar a vontade de rir ao ver Danila praticamente sair correndo, tropeçando no salto. Respirei fundo, ajeitei a bolsa no ombro e segui com calma até minha mesa.
Deixei minhas coisas ali, liguei o computador e já fui direto para a sala de Larissa. Abri as cortinas, liguei o ar-condicionado, deixei o computador dela pronto e enchi a garrafa de água. Tudo no esquema para quando ela chegasse.
Não demorou muito e Larissa apareceu, sempre elegante, ajeitando a bolsa no braço e me lançando um sorriso leve.
— Bom dia, Alice. Como você tá hoje? — perguntou, se ajeitando na poltrona.
— Melhor — respondi sincera, também sorrindo de leve.
Ela pareceu satisfeita com a resposta, ajeitando os óculos antes de me olhar de novo.
— Ótimo. Hoje temos reunião com a equipe financeira, certo?
— Sim, vou preparar a sala agora mesmo. — fiz um gesto afirmativo com a cabeça.
— Perfeito. — ela acenou e eu fui até a sala de reuniões B, que era menor e mais aconchegante para esse tipo de encontro.
Organizei a mesa, ajeitei as cadeiras, conferi o projetor, deixei água e copos disponíveis. Estava colocando as últimas coisas quando a porta se abriu e Bruna entrou, segurando o notebook com uma pilha de papéis embaixo do braço.
— Oi, Alice. — ela me cumprimentou, meio ofegante, parecia até ter vindo correndo.
— Oi, Bruna! — sorri de volta. — Tá tudo certo?
Ela fez uma careta nervosa.
— Mais ou menos… o gerente me avisou que eu vou conduzir a reunião hoje, como um teste. — falou quase num sussurro, como se estivesse confessando um segredo.
Dei uma risada suave.
— É sério? Isso é ótimo, Bruna! — incentivei, vendo o pânico nos olhos dela.
— Ótimo? — ela arregalou os olhos. — Eu tô quase tendo um troço aqui, Alice. E se eu gaguejar? E se eu esquecer os números?
Coloquei a mão no braço dela, firme.
— Calma. Você estudou tudo, né?
— Estudei, mas… — ela mordeu o lábio.
— Então pronto. Você sabe o que tá fazendo e Larissa é uma profissional incrível, mas ela também é super paciente. Vai conduzir bem e vai até te ajudar se você travar em algum ponto. — falei com convicção.
Bruna respirou fundo, ainda meio insegura, mas sorriu de leve.
— Espero que dê certo mesmo… não quero passar vergonha logo no primeiro teste.
— Vai dar sim. Confia. — dei um sorriso encorajador. — E olha, se servir de consolo, ninguém nasce pronto. Todo mundo já gaguejou ou esqueceu alguma coisa numa reunião.
Ela riu baixinho, relaxando um pouco.
— Tá, você tem razão. Vou confiar nisso.
— Isso aí. — assenti, já arrumando os últimos detalhes da sala. — Agora, respira fundo e foca. Vai ser só mais uma conversa, não uma prova de fogo.
Bruna soltou o ar devagar, como se quisesse acreditar de verdade no que eu disse, e eu percebi que estava um pouco mais calma.
A reunião tinha acabado e eu segui na frente enquanto Larissa ficava conversando com Bruna e o gerente. Bruna tinha se saído muito bem.
Quando cheguei ao corredor, as portas da sala de Larissa abriram de repente, e eu parei encarando. Um homem saiu de lá e não era qualquer homem.
Ele era absurdamente bonito, do tipo que fazia a gente perder a linha de pensamento por alguns segundos. Alto, cabelo castanho escuro perfeitamente arrumado, e aqueles olhos azuis intensos que mais pareciam atravessar a gente. A expressão séria dele e o terno impecável completavam a aura de poder e frieza que ele carregava. Senti um arrepio subir pela minha espinha antes mesmo de perceber que estava prendendo a respiração.
Foi então que nossos olhares se encontraram.
— Onde está a minha mulher? — ele perguntou com a voz firme, grave, que soou quase como uma ordem.
“Minha mulher.” E naquele instante, a ficha caiu: aquele era Alessandro Moratti, o marido de Larissa.
Poxa vida... agora fazia todo sentido. Ele e Larissa juntos... gente, o filho deles devia ser praticamente uma obra de arte viva.
Me forcei a respirar e a não me deixar intimidar pela presença dele e sorri educadamente.
— A Larissa está conversando com o gerente de finanças, mas já deve estar vindo.
Ele apenas assentiu com um movimento mínimo de cabeça e, sem dizer mais nada, puxou a cadeira em frente à minha mesa e se sentou.
A situação ficou... desconfortável. O olhar intenso dele permanecia em mim, como se estivesse me avaliando de cima a baixo, medindo cada detalhe. Eu tentei manter a postura, mas minhas mãos entregaram o nervosismo, fazendo alguns papéis escorregarem e caírem no chão.
— Então... — ele quebrou o silêncio de repente. — É você a namorada do Diogo.
Engoli em seco, ergui o olhar para ele e acenei com a cabeça.
— Sou, sim. — falei, tentando soar natural. Não tinha motivo algum para ficar nervosa. Eu não estava fazendo nada de errado.
Antes que ele pudesse acrescentar qualquer coisa, o som firme de saltos ecoou no corredor. E ele virou o rosto na mesma hora.
Larissa surgiu no nosso campo de visão e Alessandro se levantou imediatamente. Em segundos, toda a frieza que ele carregava na expressão se dissolveu e um sorriso caloroso apareceu em seus lábios enquanto caminhava até ela, envolvendo-a nos braços e a beijando apaixonadamente.
Abri a porta e entrei no carro. Antes mesmo de ele dizer qualquer coisa, me inclinei e beijei seus lábios. Um beijo rápido, mas cheio do que eu estava sentindo.
— Uau — ele murmurou, surpreso, com aquele sorriso meio torto que me desmontava. — Aconteceu alguma coisa que eu não tô sabendo?
Sem responder, tirei o celular da bolsa, abri o I*******m e virei a tela pra ele. O novo perfil do @fofocasbeloscampos estampava uma foto nossa da noite passada, juntos. Eu rindo, ele me olhando e a legenda não deixava dúvidas.
Ele arregalou os olhos. — Não acredito…
— Pois é — falei, rindo sem jeito. — Parece que a gente não é mais segredo.
Ele suspirou, passando a mão no cabelo, visivelmente desconfortável. — Alice… me desculpa. Eu devia ter previsto isso. Você não merece passar por fofoca barata.
— Ei — toquei a mão dele, firme. — Tá tudo bem, de verdade. Ia acontecer em algum momento, não acha?
Ele me olhou fundo, ainda meio preocupado, e eu completei:
— Agora… a pergunta que não quer calar: a gente vai almoçar ou não? Porque eu tô morrendo de fome.
Diogo riu, finalmente relaxando.
— Claro que vamos.
E arrancou com o carro. Eu me ajeitei no banco, observando a paisagem lá fora, mas aos poucos percebi que a direção não era rumo a nenhum restaurante que eu conhecesse.
— Espera… você não tá indo pro centro — comentei, desconfiada.
— Não mesmo — ele disse, com um sorriso misterioso. — Hoje o almoço é por minha conta.
— Como assim? — virei de lado, curiosa.
— Preparei algo pra gente.
Meus olhos se arregalaram. — Você cozinhou?
Ele deu uma risada baixa. — Não se empolga tanto. Mas sim, cozinhei.
Arfei, impressionada, e deixei escapar um sorriso. — Se continuar assim, vou ficar mal acostumada.
Ele lançou um olhar rápido na minha direção, cheio de charme.
— É exatamente essa a ideia.
E eu não consegui evitar e sorri de volta, com o coração batendo mais rápido do que deveria.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...