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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 223

Estávamos terminando de comer quando ela encostou a cabeça no meu ombro, ainda usando a minha camisa larga. Eu ria por dentro de ver como ela ficava irresistível com algo tão simples, mas o brilho sério nos olhos dela me chamou a atenção.

— Eu só quero deixar uma coisa bem clara, Diogo — ela disse, com a voz firme. — Eu não aceito esse tipo de comportamento, nunca. Nem do Alessandro com a Larissa, nem de homem nenhum comigo. Então é bom você saber disso o quanto antes.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, absorvendo o peso daquelas palavras. Ela me olhava direto, sem desviar, como quem traça uma linha que ninguém deve atravessar e eu não tinha intenção de cruzar esse limite.

Estendi o braço e a puxei para perto, abraçando-a com força. Senti o seu cheiro, o calor do corpo e suspirei.

— Alice… eu nunca te trataria mal. Aquele dia… — fechei os olhos, lembrando do momento em que deixei o ciúme falar mais alto. — …aquele dia foi o suficiente pra eu aprender. E não vou cometer o mesmo erro de novo.

Ela encostou a testa no meu peito, respirando fundo e depois ergueu os olhos para mim.

— Bom mesmo. Porque se repetir, Diogo, eu não vou pensar duas vezes antes de ir embora.

Engoli seco, mas não por medo de perdê-la e sim pela convicção que vi nela. E, de alguma forma, essa força dela só aumentava o quanto eu a admirava.

— Eu sei — respondi, acariciando seus cabelos. — E é exatamente por isso que eu não vou deixar acontecer de novo. Você me mostrou que eu preciso ser melhor, e eu quero ser. Por nós dois.

Ela me olhou por um instante, como se buscasse a verdade nas minhas palavras. Então, por fim, assentiu com um pequeno sorriso.

— Tá bom, eu acredito em você.

O alívio me invadiu, junto de uma ternura difícil de explicar. Eu a abracei ainda mais forte, como se quisesse gravar na pele aquela promessa silenciosa. Teria que criar coragem para contar tudo a ela o quanto antes.

— Você é tudo o que eu não sabia que precisava, Alice.

Ela riu baixinho, quase desconfiada, mas não disse nada. Apenas se aconchegou em mim, e naquele instante, tive certeza de que não havia nada no mundo que eu temesse mais do que perdê-la.

***

Deixei Alice em frente à empresa e fiquei olhando enquanto ela entrava. Meu peito apertou, como sempre que eu precisava deixá-la, mas dessa vez não era só isso, eu estava no limite. Segurar tudo sozinho, esconder cada detalhe, medo e lembrança. Sabia que seu não me abrisse com alguma pessoa, iria enlouquecer logo.

Então fiz o que meu instinto mandava. Dirigi direto para a empresa do Alessandro. Se tinha alguém que podia me aconselhar, era ele. Cabeça quente, sim, mas justo.

E eu não podia ir atrás de Larissa, tinha que preservar ela de todos esses problemas para o bem de sua saúde e de Maria Eduarda.

Estacionei em frente a empresa e subi direto, encontrando Pedro em frente à mesa no corredor.

— Boa tarde, Diogo. — Ele sorriu, ajeitando os óculos.

— Boa tarde, Pedro. O Alessandro está? — perguntei, forçando um sorriso.

— Ele saiu pra um almoço com um cliente, mas já deve estar voltando. Quer deixar recado?

Balancei a cabeça.

— Não, eu espero aqui, se não for problema.

— Claro que não. Aceita um café, uma água?

— Obrigada, mas não. Vou só aguardar mesmo.

Ele acenou com a cabeça e voltou ao trabalho. Eu entrei na sala do Alessandro, me sentei e deixei o peso do corpo afundar na poltrona. Respirei fundo, tentando organizar os pensamentos.

Foi quando o celular vibrou na minha mão e vi que era um número desconhecido.

No início pensei em não ver nada, imaginando que seria o Enrique, mas algo me fez abrir a mensagem. E quando li, senti um frio atravessar minha barriga.

“Podemos nos encontrar? Quero contar toda a verdade se você prometer manter minha irmã segura.”

Minha mão gelou, porque eu sabia que ali era Fernanda. Não imaginei que ela fosse me procurar tão cedo.

— Merda… — murmurei sozinho, apoiando o celular na perna.

Meu coração acelerou com a certeza de que agora as coisas iram, finalmente, começar a se esclarecer. Isso podia ser a chance de proteger todos porque no fundo, eu sentia que essa situação dela e Enrique tinha alguma ligação.

“Diz onde e quando e estarei lá”

A resposta veio rápido.

“Pode ser no campus, às 15h. Lá, meu tio não vai desconfiar e por favor, não conte a ninguém.”

Fechei os olhos por um instante, tentando processar. Eu estava entrando de cabeça em algo que podia ser uma armadilha, mas também podia ser a única forma de salvar meu irmão.

Confirmei:

“Estarei lá. Mas, Fernanda, se isso for algum jogo, você vai se arrepender.”

Demorou um pouco e então ela respondeu:

“Não é jogo, eu juro. Só quero me livrar de todo esse inferno e deixar minha irmã segura, além de poder contar toda a verdade para Caleb. Preciso ir, não me mande mensagem.”

Contar a verdade a Caleb, não sei se isso seria uma boa ideia. Não gosto de esconder as coisas do meu irmão, mas se for para protegê-lo de mais desgosto, farei o que for preciso.

Deixei o celular sobre a mesa e encarei o teto da sala sentindo o meu peito apertar mais.

— Alessandro… espero que chegue logo, cara. Preciso botar isso pra fora antes que eu faça alguma merda.

Aproveitei o momento sozinho e fiquei ensaiando na cabeça o que ia dizer. Eu confiava nele, mesmo com nossas diferenças, esperava que ele me entendesse e não julgasse sem antes ouvir tudo o que eu tinha para dizer.

Quando ouvi a porta da sala abrir, levantei imediatamente. Alessandro entrou, ajeitando o blazer e olhando em minha direção com aquele jeito sério de sempre. Sorri meio sem jeito, indo até ele.

— Fala, irmão — cumprimentei, apertando sua mão e o abraçando rapidamente.

Ele me olhou nos olhos, como se já soubesse que não era uma visita qualquer.

— Você tem um tempo? — perguntei, com a voz um pouco mais baixa do que eu pretendia.

Alessandro arqueou a sobrancelha, estudando minha expressão e suspirou.

— Pelo seu tom... eu sinto que é coisa séria.

Assenti em silêncio. Ele não perguntou mais nada, apenas virou-se até a porta, chamando por Pedro.

Capítulo 061 - Diogo 1

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