Passei os dedos nas têmporas e respirei fundo. Era muita coisa para uma mente só suportar. Linda tinha trazido o remédio há meia hora, mas só aliviou um pouco a dor e nada dela ir embora.
De repente, o telefone ligado à recepção tocou e peguei o fone quase no automático.
— Sim?
A voz da recepcionista, Yana, soou um pouco aflita.
— Senhor, tem uma mulher aqui insistindo que precisa falar com você.
Minha primeira reação foi cortar ali mesmo.
— Diz que não posso atender agora, peça para ela agendar um horário.
Mas antes que ela pudesse responder, ouvi um barulho ao fundo e outra voz tomou o telefone. Uma voz que fez um sorriso escapar do meu rosto sem que eu percebesse.
— Olha, Diogo, essa mulher aqui não quer me deixar subir. Eu estou a um passo de voar nessa cara metida dela.
A gargalhada saiu fácil, quase leve.
— Não faz isso com os meus funcionários, meu amor. Já estou indo aí.
—Vou te esperar. — ela disse, e desligou.
Balancei a cabeça com um leve sorriso colado nos meus lábios. Alice tinha esse poder de bagunçar meu mundo e, ao mesmo tempo, aliviar o peso dele. Levantei-me, ajeitei o paletó e fui até o elevador.
Quando as portas se abriram no térreo, a cena me fez suspirar de novo. Alice estava escorada na parede com os braços cruzados e um ar de desafio no rosto. Usava uma calça pantalona elegante e uma blusa social preta, que realçava o decote sem exagero.
Só que eu já sabia o que ela escondia por baixo daquelas roupas… e aquilo me fez desejar arrancá-las ali mesmo.
Assim que me viu, ela lançou um olhar rápido para Yana, a recepcionista, e abriu um sorriso provocativo. Caminhou em minha direção com aquele gingado natural e antes que eu dissesse qualquer coisa, ficou na ponta dos pés e me deu um beijo leve, rápido, mas suficiente para me deixar sem reação.
O problema é que não deixou só a mim surpreso. Todos os funcionários pararam, encarando a cena. Vi Yana arregalar os olhos e se aproximar, indignada.
— A senhora é louca? — ela falou para Alice, segurando o fone do telefone. — Vou chamar a polícia agora mesmo! Senhor Montenegro, me desculpe por isso.
Ergui as mãos, ainda tentando conter o riso e passei o braço pela cintura de Alice, puxando-a para perto de mim.
— Está tudo bem, Yana.
— Ela piscou, confusa.
— Está… tudo bem?
Olhei para Alice, que continuava com aquele sorriso sapeca de canto de boca, e não resisti, deixando um beijo em sua testa, com carinho.
— Sim. Essa é a Alice. Minha namorada e tem acesso livre à empresa.
Yana ficou de boca aberta.
— Namorada…?
Alice, sem perder a oportunidade, lançou mais um olhar provocativo para ela. Eu quase ri com a cena. Yana pigarreou, sem graça, e voltou para a recepção.
Segurei a mão de Alice e a puxei comigo.
— Vem. Vamos para a minha sala.
Assim que as portas do elevador se fecharam, a observei. Ela estava mais linda do que nunca, como sempre, não resisti e, com um gesto suave, coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.
— Você sabe que aqui na empresa é proibido demonstração de afeto em público, né?
Ela respirou fundo e me olhou com aquele olhar que sempre desmonta minhas defesas enquanto um sorriso brincava sem eu seus lábios.
— Eu não me arrependo, meu bem. Preciso marcar território, principalmente aqui.
Não aguentei. Puxei ela mais pra perto de mim e a beijei, firme, mas com cuidado.
— Você não precisa fazer isso… — murmurei contra os lábios dela.
Alice me beijou de volta, sem dar tempo pra eu pensar.
— Já está feito.
Quando as portas se abriram, nos recompusemos. Caminhamos lado a lado pelo corredor e passamos por Linda, que olhou surpresa, mas logo tratou de cumprimentar Alice educadamente.
Fingi naturalidade, mesmo sabendo que Linda com certeza notaria algo diferente no ar.
Assim que entramos na minha sala, puxei Alice novamente, dessa vez para um beijo mais demorado, deixando escapar o quanto eu estava com saudade dela. Só depois me afastei um pouco, tentando recuperar o fôlego.
— O que te traz aqui na empresa, hein? — perguntei, curioso.
Alice sorriu e abriu a bolsa, tirando um envelope.
— Trouxe os documentos que a Larissa ficou de enviar.
Peguei o envelope, franzindo o cenho.
— Pensei que ela fosse mandar amanhã.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...
Gostaria de dizer que plágio é crime. Essa história é minha e não está autorizada a ser respostada aqui. Irei entrar com uma ação, tanto para quem está lançando a história como quem está lendo....
Linda história. Adorando ler...
Muito linda a história Estou gostando muito de ler Só estou esperando desbloquear e liberar os outros que estão faltando pra mim terminar de ler...
Muito boa a história, mas tem alguns capítulos que enrolam o desfecho. Ela já tá ficando repetitiva com o motivo da mágoa...
História maravilhosa. Qual o nome da história do Diogo?...
Não consigo parar de ler, cada capítulo uma emoção....