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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 225

Valter cruzou os braços e se aproximou, ainda encarando o homem a nossa frente.

— Esse aí é o Luiz. Ele estava arrumando celulares e chips pro Enrique. É o desgraçado que tava dificultando a gente de rastrear os passos dele. Já tem passagem na polícia por invadir sistema de empresa grande... dizem que é um gênio da internet.

Me aproximei devagar. Ele estava com o olhar baixo, o rosto suado, respirando rápido.

Com raiva, arranquei o pano de sua boca.

— O que você sabe sobre o Enrique?

Ele ficou em silêncio, olhando pra mim como se não devesse nada. Respirei fundo, tentando segurar a paciência, e olhei pra Valter.

— Começa o interrogatório.

Valter não pensou duas vezes, se aproximou e acertou o primeiro soco no rosto do cara. O estalo ecoou na sala e o sangue escorreu pela boca dele, que cuspiu no chão. Luiz ainda assim ficou calado.

Valter se inclinou sobre ele e eu sabia que estava tentando se segurar.

— O que você sabe sobre o Enrique? Fala logo, desgraçado.

Nada. Só silêncio e um olhar teimoso.

Senti o sangue ferver e perdi a paciência. Encarei Valter, que apenas fez um sinal com a cabeça e dois dos homens dele se aproximaram sem dar tempo de reação, eles começaram a bater em Luiz sem piedade. O som dos socos e dos gemidos dele encheu o lugar.

— Parem, parem! — ele gritou, chorando de dor e medo. — Eu falo, eu falo!

Me aproximei novamente.

— Então fala.

Luiz respirava com dificuldade, cuspindo sangue entre as palavras:

— Esse Enrique... ele me procurou faz uns meses... ofereceu uma grana preta pra eu tentar hackear a sua empresa. Eu tentei, mas não consegui... e ele me castigou por isso. Depois disso, eu só... só limpava os rastros dele, mantinha tudo apagado. É só isso, eu juro.

Antes que eu respondesse, Valter acertou outro soco em seu rosto, fazendo a cabeça do cara virar pro lado.

— É só isso o cacete! — Valter rosnou. — Tá escondendo coisa.

Luiz se tremia todo, chorando, e me olhou desesperado.

— Eu tô dizendo a verdade, é tudo que eu sei!

Segurei a gola da camisa dele e aproximei meu rosto, encarando seus olhos arregalados.

— Tem certeza mesmo que não sabe de mais nada? Porque eu sou um homem bom, Luiz. Posso muito bem mandar você pra outro país, te dar uma chance de sumir e sobreviver... ou posso simplesmente deixar você nas mãos de um amigo meu, e esse sim não teria um pingo de piedade em te matar.

Ele prendeu a respiração, como se a alma estivesse prestes a escapar do corpo.

— Eu... eu ouvi ele falar uma vez pelo telefone, ele não me viu... — a voz dele saiu trêmula. — De uma casa... em Céu Azul. Ele disse que ia pra lá no sábado. Foi só isso!

Soltei a camisa dele com força, franzindo o cenho. Céu Azul. Aquilo caiu como um soco no meu estômago. Não era a mesma cidade onde Fernanda morava com o tio?

Olhei pra Valter, o peito pesado com aquele pressentimento ruim.

— Cuida dele.

Sem esperar resposta, saí da sala e voltei pro carro. No caminho, meu coração estava acelerado, misturado entre raiva, medo e a certeza de que alguma coisa grande estava prestes a acontecer.

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(Enrique)

A sala estava quase escura, só a luz fraca da tela do notebook iluminava o canto onde eu estava sentado. O cheiro de comida velha me enojava e peguei o prato frio o jogando contra a parede.

— Merda! — rosnei, apertando os punhos. — Já devem ter pegado aquele idiota do Luiz... desgraçado, com certeza abriu o bico.

Respirei fundo, passando a mão pelo rosto suado. A raiva queimava dentro de mim como se fosse fogo. Eu precisava ir até Céu Azul. O Amadeu estava ficando perigoso demais, podia falar o que não devia, e eu não podia deixar isso acontecer. Ele ia abrir a boca, eu sabia. E antes que isso acontecesse, eu mesmo ia silenciá-lo.

Um sorriso torto escapou dos meus lábios.

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(Diogo)

Estacionei o carro em frente à mansão e respirei fundo antes de sair. O dia estava claro, mas meu peito parecia pesado, como se eu já pressentisse que algo não estava certo.

Entrei pela porta e encontrei minha mãe na sala, sentada perto da janela com o olhar distante.

— Olá, mãe — disse, me aproximando e beijando sua bochecha brevemente.

Ela sorriu, mas era um sorriso meio triste, daqueles que tentam esconder preocupações.

— Oi, filho... — respondeu com a voz baixa.

— E o Caleb? — perguntei, tentando soar calmo, mesmo sentindo um nó na garganta.

— Ele está na mesma, querido. Logo as aulas voltam, mas não sei se ele vai querer retornar à faculdade... — disse ela, suspirando.

Abracei minha mãe com força, sentindo a fragilidade dela por trás daquela postura sempre tão firme.

— Vai dar tudo certo, mãe. Eu prometo. — disse, tentando transmitir confiança, mesmo que meu coração estivesse acelerado.

Ela se afastou um pouco e olhou para mim, séria, mas com aquele carinho que só mães têm.

— Domingo vou à igreja... pedir a Deus para ajudar meu filho. — falou, com uma ponta de tristeza na voz.

Suspirei, sentindo a tensão apertar meu peito.

— Mãe... leva os seguranças. — falei, firme, tentando que ela entendesse a urgência da minha preocupação.

Ela me olhou desconfiada, franzindo levemente o cenho, mas depois assentiu.

— Está bem, meu filho... mesmo achando que não preciso, farei isso. — disse, decidida.

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