Sexta, 04 de novembro
(Alice)
Entrei no mercado pronta para fazer as compras da semana. Peguei o carrinho e comecei a andar pelos corredores, colocando algumas coisas básicas: pão, leite, frutas… Nada demais. Eu estava concentrada escolhendo tomates quando senti alguém se aproximando.
Um arrepio correu pela minha espinha antes mesmo de virar. Quando olhei para o lado, vi um homem de boné, meio enfiado no rosto. Me assustei, recuando um passo.
— Enrique? — perguntei, tentando controlar a respiração.
Ele sorriu torto, aquele sorriso estranho que nunca me passava confiança.
— Sou eu, prima. — respondeu, como se fosse normal me abordar daquele jeito.
— Você quase me matou do coração... — resmunguei, apertando o carrinho. — Tem alguma novidade?
Ele inclinou a cabeça e o sorriso aumentou, mas não era reconfortante.
— Logo eu te mando uma mensagem informando tudo. — disse baixo, como se fosse um segredo.
Assenti, mas o peso daquilo me incomodava. Respirei fundo e decidi perguntar o que estava me corroendo.
— Enrique... você tem certeza que está agindo certo? Isso pode ser perigoso. Esse homem pode querer acabar com você também.
Na mesma hora, vi a expressão dele mudar. A raiva brilhou em seus olhos e o sorriso sumiu.
— Eu vou me vingar da morte da minha irmã. — disse, quase cuspindo as palavras. — Se alguma coisa acontecer comigo... não me importo.
Fechei os olhos por um instante e suspirei, sentindo um aperto no peito.
— Eu não quero perder outro primo... — falei com a voz embargada.
Ele deu um passo à frente e me puxou num abraço inesperado, mas firme.
— Relaxa. Você não vai perder outro primo. — disse, num tom que soava mais como promessa do que conforto.
Antes que eu pudesse responder, o celular dele tocou. Ele tirou do bolso, olhou a tela e começou a se afastar.
— Enrique... — chamei, mas ele ergueu a mão, como se pedisse silêncio.
De repente, ele parou se voltando para mim novamente e me encarou.
— Presta atenção nas pessoas ao seu redor, Alice. Em quem você confia... e com quem você se deita.
Franzi o cenho na hora, sentindo um frio estranho no estômago.
— Do que você está falando? Está se referindo ao Diogo? — perguntei com a voz mais alta do que eu queria.
Ele apenas deu de ombros, sem responder. Depois virou as costas e saiu, acelerando os passos.
Tentei alcançá-lo, mas ele se afastava cada vez mais rápido, como se não quisesse ser seguido e então parei no meio do corredor, com o coração disparado e o observando desaparecer entre as pessoas.
— O que diabos você quis dizer com isso, Enrique...? — murmurei, sentindo a confusão me consumir.
Fiquei ali parada, encarando o nada, tentando juntar as peças.
***
Quando cheguei em casa, encontrei Júlio no quarto, já se arrumando na frente do espelho. Ele estava vestindo uma camiseta preta colada no corpo, e o perfume forte já começava a tomar conta do ar.
— Vai sair? — perguntei, encostando no batente da porta.
Ele se virou e assentiu com um sorriso meio maroto.
— Tô conhecendo um boy.
Ergui as sobrancelhas e cruzei os braços, curiosa.
— E eu não tô sabendo desse boy? Quem é ele?
Júlio riu, pegou o celular em cima da cômoda e virou a tela pra mim. Era a foto de um cara lindo, barba bem feita, cabelo curto, porte musculoso de academia.
— Olha isso, amiga… — ele piscou, todo orgulhoso.
— Meu Deus… — soltei uma risadinha, balançando a cabeça. — Tá de parabéns, viu? Esse aí tem cara de que vai te dar trabalho.
— Tomara que dê certo — ele disse, ainda com aquele sorriso bobo de quem tá animado com coisa nova.
Me joguei no sofá da sala, ainda tirando a bolsa do ombro.
— Hoje encontrei o Enrique no mercado.
Olhei para o armário e respirei fundo. E agora, Alice? Só roupas pretas, confortáveis demais ou aquelas que gritam “formal demais”. Dei um grito baixo:
— Que inferno! — E comecei a revirar tudo, tirando blusas, shorts, saias… nada parecia certo.
Peguei um vestido preto e olhei para ele, torcendo para alguma voz interior me dizer “isso tá bom”. Nada.
— Ah, foda-se! — falei sozinha, jogando os outros vestidos para o canto. — Vou com esse mesmo!
Vesti o short preto de paetês, a camisa branca de manga comprida por cima, desabotoando alguns botões para ficar confortável, mas com cara de que me esforcei. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto, puxei o lápis preto para esfumar os olhos e passei apenas um gloss nos lábios.
— Pronto. — murmurei, olhando para o espelho.
Saí de casa e fechei o portão, vendo Diogo esperando do lado de fora do carro, com aquele jeito impossível de ignorar. Um sorriso se abriu no meu rosto sem que eu percebesse, e comecei a me aproximar.
Ele passou o braço pela minha cintura e me puxou para perto, me beijando com aquela intensidade que me fazia esquecer do mundo inteiro. Senti seu cheiro delicioso e amadeirado quando ele se aproximou do meu ouvido.
— Amo o seu cheiro.
Sorri e não resisti, devolvendo o beijo.
— Eu também gosto do seu cheiro… e você tá muito gostoso. Vou acabar morrendo de ciúmes das mulheres lá na festa.
Ele sorriu de canto, e senti meu coração bater mais rápido, como sempre que ele fazia isso. Então, falou com aquela voz rouca que me deixava fraca.
— Quem vai ficar com ciúmes sou eu, te vendo assim… tão linda… e com esse decote.
Meus dedos tremeram de leve enquanto ele abria a porta do carro para mim. Entrei, sentindo cada segundo ao lado dele e o vendo assumir o lugar de motorista.
No caminho, não consegui deixar de mostrar um pouco da minha insegurança.
— Sabe… eu tô meio nervosa em conhecer seus amigos. Será que eles vão gostar de mim?
Ele desviou os olhos do trânsito por um segundo e me olhou, segurando minha mão.
— Vai dar tudo certo, Alice. Tenho certeza que eles vão gostar de você e além do mais, eu estou louco pra te apresentar pra eles.
Sorri, sentindo meu peito mais leve, tentando acalmar aquela ansiedade que ainda insistia em apertar meu estômago. Ao mesmo tempo, me pegava olhando para ele, pensando em como tinha sorte de ter alguém assim do meu lado.
— Então acho que vou tentar me acalmar… — murmurei, sorrindo para ele.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...