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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 228

(Diogo)

Peguei as duas taças, agradeci ao barman com um aceno rápido e me virei para voltar a Alice e Thais. Foi nesse momento que ouvi um barulho estranho seguido de uma gritaria que crescia, abafando até a música.

Franzi o cenho, tentando identificar de onde vinha, e logo Joaquim apareceu, esbaforido, apontando para a direção da confusão.

— Diogo! Corre, cara! Sua namorada tá brigando com a Jasmin!

Um frio cortou minha espinha como uma lâmina. Larguei as taças no balcão sem pensar duas vezes e saí correndo, o coração disparado. O que diabos a Jasmin estava fazendo aqui e porque o Joaquim não me avisou?

Empurrei as pessoas que se aglomeravam em círculo, ouvindo os comentários, as risadas nervosas, os gritos de incentivo, até que consegui abrir espaço.

E então eu vi.

Por um instante, congelei. Alice estava por cima de Jasmin, os joelhos firmes no chão e as mãos fechadas no pescoço dela. Jasmin se debatia, arranhando os braços de Alice, mas ela parecia uma onça enfurecida, sem dar um segundo de trégua.

O rosto de Alice estava transformado, tomado por uma fúria que eu nunca tinha visto antes.

— Alice! — minha voz saiu forte, mas ela não me ouviu.

Thais tentava puxá-la pelos ombros, desesperada:

— Alice, solta! Solta ela!

Mas era inútil. Alice estava possuída por uma força absurda, determinada a não soltar.

Corri até ela e, com mais força do que achei que precisaria, envolvi meus braços em sua cintura e a puxei, tentando arrancá-la de cima de Jasmin. Para meu choque, ela quase veio trazendo Jasmin junto com as mãos ainda presas em sua garganta.

Só quando Joaquim se jogou para segurar Jasmin foi que elas se separaram. Jasmin caiu para trás, tossindo alto, tentando puxar o ar de volta para os pulmões.

Eu segurei Alice com força, mas ela se debatia como um animal selvagem, gritando.

— Me solta, Diogo! Me solta! Eu vou matar essa desgraçada!

Meus braços a envolveram com mais firmeza, prendendo-a contra o meu corpo. Senti o corpo dela se mover com violência, os cotovelos batendo contra mim, mas eu não larguei. Nunca tinha visto Alice assim, nunca.

— Alice, para! — falei perto do ouvido dela, a voz firme, mas sentindo meu coração se partir por vê-la tão fora de si. — Sou eu, Alice! Se acalma!

Ela não ouvia. Se debatia ainda mais com o rosto vermelho e os olhos brilhando de raiva.

— Me solta, Diogo! Eu vou acabar com ela, você tá entendendo?! Essa infeliz cuspiu no meu rosto!

Segurei mais forte, colando meu peito às costas dela, prendendo seus braços contra o corpo.

— Não vou te soltar! — murmurei entre dentes, tentando mantê-la sob controle. — Você tá comigo, Alice. Respira, por favor. Respira!

Thais, ao lado, me olhou desesperada, tentando ajudar.

— Tira ela daqui, Diogo! Agora!

Assenti rapidamente, e com esforço comecei a arrastar Alice para longe do círculo de pessoas. Ela ainda lutava contra mim, a voz carregada de ódio puro.

Eu praticamente a arrastei até uma área mais afastada, onde ficavam os estoques de bebida. O barulho da festa ainda ecoava ao longe, mas ali parecia que o tempo tinha parado. Só quando não havia mais ninguém olhando, senti o corpo dela relaxar nos meus braços.

— Me solta, Diogo... — a voz dela veio mais baixa, sem aquela raiva insana de antes. — Eu tô calma, juro. Não vou voltar pra cima daquela água de salsicha.

Eu parei, olhando fixo pra ela, tentando ter certeza de que não era só da boca pra fora. Mesmo assim, a coloquei no chão devagar.

— Que diabos aconteceu, Alice? — perguntei, ainda sem acreditar na cena que tinha visto. — Por que você brigou daquele jeito?

Ela ajeitou o cabelo com as mãos, tirando os fios soltos do rosto. O rabo de cavalo que antes estava perfeito agora estava bagunçado, e havia um risco vermelho na pele dela, provavelmente das unhas daquela mulher. Alice apoiou as duas mãos na cintura, respirando fundo.

— Nem eu sei... — ela respondeu, bufando. — Eu tava de boa, conversando com a Thais, quando aquela louca simplesmente voou em cima de mim. Ela puxou meu cabelo, jogou alguma coisa no meu rosto e... cuspiu em mim! — fez uma careta de nojo, limpando a pele com as costas da mão. — Você tem noção? Ela cuspiu em mim! Eu tenho o DNA daquele ser no meu rosto!

Eu cerrei o maxilar, sentindo o sangue ferver só de imaginar a cena.

— Eu devia ter ficado lá pra dar um jeito nela também.

Alice, no entanto, soltou uma risada inesperada. Eu a encarei, sem entender nada.

— Por que você tá rindo? — perguntei, confuso.

Ela ainda riu mais um pouco, cobrindo a boca com a mão. — É que... eu tô lembrando da cara dela quando viu que eu reagi. — disse, quase gargalhando. — Ela não esperava, Diogo. Aquela expressão foi impagável!

Eu balancei a cabeça, sem acreditar no jeito dela. Mas antes que pudesse responder, o riso foi desaparecendo do rosto dela. O brilho nos olhos se apagou, e o sorriso sumiu lentamente, como se tivesse sido arrancado à força.

— Alice? — chamei, preocupado.

Ela piscou algumas vezes, como se o mundo estivesse girando e cambaleou para o lado, mas eu a segurei rápido pelo braço.

— amor? — murmurei, vendo o rosto dela empalidecer.

De repente, ela tropeçou para trás e quase caiu. Eu a segurei firme, assustado.

— Ei! — exclamei, ajeitando-a nos meus braços. — O que foi?

Alice estava pálida, os olhos marejados tentando se fixar em mim, mas era como se não conseguisse. A respiração dela vinha curta, quase um suspiro entrecortado.

— É... é uma crise de hipoglicemia... — ela murmurou, a voz fraca, arfando como se cada palavra custasse um esforço enorme.

Um frio percorreu minha espinha. Eu nunca tinha visto Alice assim.

— Merda... — sussurrei, sentindo meu coração disparar. — Calma, amor, calma... eu vou resolver isso.

Olhei ao redor, desesperado, tentando achar qualquer coisa que pudesse ajudar. Foi quando Thais apareceu correndo, ofegante.

— Meu Deus, o que aconteceu com ela? — perguntou com os olhos arregalados.

— É hipoglicemia, Thais! — respondi quase gritando, sem conseguir disfarçar o desespero. — Corre até o bar, pede qualquer coisa doce, leite condensado, refrigerante, bala, o que for! Rápido!

Thais ficou paralisada por um instante, mas, ao ver o estado de Alice, disparou feito um raio, desaparecendo entre as pessoas.

Eu sentei Alice em cima de um dos fardos de bebida, segurando suas mãos frias entre as minhas.

— Olha pra mim, Alice. — tentei manter a voz firme, mesmo sentindo o medo corroendo por dentro. — Respira... devagar, tá? Eu tô aqui com você, não vai acontecer nada.

Ela piscava devagar, como se lutasse contra o próprio corpo, tentando focar em mim.

— Estou muito… tonta. — ela sussurrou, e sua cabeça caiu para frente, sem forças como se fosse desmaiar.

— Ei, não faz isso comigo... — falei desesperado, segurando o rosto dela entre minhas mãos. — Fica acordada, por favor, olha pra mim, Alice!

Meu coração parecia que ia explodir. O medo que eu sentia não era algo que eu conseguia explicar... era quase sufocante.

Finalmente, Thais voltou correndo, trazendo uma caixinha de leite condensado e uma garrafa de água.

— Aqui, aqui! — ela disse, sem fôlego.

Eu ergui o rosto de Alice com cuidado, que já estava quase apagando, e abri a caixinha às pressas.

— Vai, amor... você precisa disso agora — falei, despejando um pouco do leite condensado na boca dela.

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