Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 230

Ela franziu o cenho, desconfiada.

— Que coisa?

— Promete que, mesmo que você fique chateada, com raiva… vai parar um pouco e pensar que o que eu fiz foi pro seu bem. Só isso.

Alice arqueou as sobrancelhas, já fechando a cara.

— O que você aprontou dessa vez, Diogo?

Respirei fundo e fui direto.

— Eu estou pagando o tratamento do seu pai.

Os olhos dela se arregalaram e, de repente, ela largou a xícara de café na mesa com força.

— Como assim? Desde quando?

— Desde que sua mãe apareceu aqui pra te perturbar. Eu conversei com um amigo, dono do hospital, e garanti que seu pai tivesse o melhor atendimento. Eu não ia deixar você sofrer com isso.

Ela puxou a mão da minha, visivelmente irritada.

— Você não podia ter feito isso sem me falar nada! Agora, se a minha família descobrir que meu namorado é bilionário, eles não vão me deixar em paz. Eu não sou interesseira, mas você sabe que aquele povo é.

— Eu pensei nisso — respondi rápido, tentando acalmá-la. — Esse meu amigo contou pra sua família que seu pai entrou num programa do hospital. Eles acreditam que está tudo sendo custeado pelo próprio hospital. Ninguém sabe que sou eu.

Alice levantou da mesa, bufando, e foi direto pra sala, levantei também, apressando os passos indo atrás dela.

— Você devia ter conversado comigo antes — disse, cruzando os braços.

Me aproximei mais e passei a mão pela sua cintura, a puxando contra mim e mesmo sentindo sua resistência, a mantive firme ali.

— Você não ia aceitar, Alice. Eu sei que você é orgulhosa, mas… eu precisava cuidar disso. Você pode não querer, mas eu posso. E eu sei o quanto ficaria destruída se algo acontecesse com seu pai. Agora ele está sendo tratado pelos melhores profissionais, e se sua família vier atrás de você pedindo dinheiro, você vai saber que é só interesse.

Ela respirou fundo, tentando se afastar, mas a apertei mais contra o meu corpo. Não queria que ela se afastasse com raiva.

— Não fique com raiva de mim, pequena.

Alice ficou em silêncio por alguns segundos e eu pude sentir seu coração batendo acelerado contra o meu. Até que, devagar, ela relaxou e assentiu, mesmo contrariada.

— Eu só não quero que você aja mais pelas minhas costas. E nunca minta pra mim, Diogo. Eu odeio mentiras.

Engoli em seco e assenti.

— Eu prometo.

Então a beijei de leve, um beijo rápido, só pra sentir o gosto dela, antes de abraçá-la forte. Mesmo sentindo um peso grande sair dos meus ombros após ter contado isso a ela, ainda sabia que tinha um segredo bem maior que eu teria que contar o quanto antes.

Voltei para a mesa, ainda inquieto e a olhei, vendo-a parada no meio da sala.

— Vem terminar de comer.

Alice cruzou os braços e balançou a cabeça.

— Perdi a fome.

Respirei fundo, sabendo que ela estava chateada.

— Você precisa se alimentar direito, amor. Não dá pra brincar com a diabetes.

Ela fechou os olhos por um instante, como se buscasse força.

— Tá bom... eu como. Mas só porque tá bom. — suspirou e me lançou aquele olhar atravessado — Mas não pense que deixei de estar chateada contigo.

Ela se sentou no lugar de antes e o clima ficou pesado. Comecei a comer, mastigando devagar enquanto a via empurrando a comida no prato. Eu precisava mudar aquilo, tirar aquele peso. Foi quando me veio à mente.

— Quer ir comigo visitar a Larissa? — perguntei, olhando pra ela de lado — Te apresento o Gabriel.

Os olhos dela brilharam na mesma hora.

— Eu posso mesmo?

Sorri, meio aliviado por ter conseguido chamar a atenção dela.

— Claro que pode. Pra falar a verdade, eu quero muito que você conheça o Gabi.

Ela abriu um sorriso sincero, coisa rara quando estava emburrada comigo.

— Então eu quero sim.

— Ótimo — falei, já mais animado — passo na sua casa pra você se arrumar... mas seria bom você deixar umas roupas aqui também, já pensando nessas ocasiões.

Alice arqueou a sobrancelha, desconfiada.

— Tá falando sério?

— Tô. — garanti, sério mas com um meio sorriso — Umas roupas pra sair, claro. Porque, pra ficar aqui, ou vou querer você nua ou com minhas camisas.

Ela rolou os olhos, rindo sem querer.

— Tarado. — levantou e pegou os pratos — Eu vou lavar a louça.

Levantei também, indo até ela.

— E eu vou tomar um banho.

Cheguei perto e abaixei um pouco a cabeça.

— A onça me permite um beijo antes?

Alice fez aquela cara de malvada que me enlouquecia, mas mesmo assim ficou na ponta dos pés e encostou os lábios nos meus, rápido demais. Quando tentou se afastar, segurei firme pela cintura e aprofundei o beijo, roubando todo o ar de seus pulmões.

Quando desgrudei, ainda encostado no rosto dela, falei baixo:

— Eu te amo. Tudo que eu fiz foi pra te ver bem.

Ela sorriu de canto.

— Eu também te amo. Mesmo não gostando de você ter feito isso pelas minhas costas... eu agradeço. Fiquei mais aliviada em saber que meu pai tá sendo bem tratado.

Sorri de volta, acariciando de leve a sua bochecha.

— Era só isso que eu queria.

Me afastei, já indo pro quarto.

***

Assim que estacionei o carro em frente à mansão de Larissa e Alessandro, notei os olhos de Alice brilhando, quase infantis, diante da imensidão da casa. Ela respirou fundo e soltou um suspiro admirado.

— Uau… isso aqui é simplesmente lindo — murmurou, quase sem perceber que falou em voz alta.

Não pude deixar de sorrir diante do encantamento dela.

— Alessandro comprou essa mansão depois que ele e Larissa se casaram novamente, vamos dizer assim. — comentei, firme no volante, mas de canto de olho observando a reação de Alice. — Foi o jeito que ele encontrou de marcar um recomeço… de verdade.

Alice suspirou, pensativa.

— Então ele se arrepende mesmo do que fez.

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