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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 232

Deitei de bruços na maca, soltando um suspiro gostoso quando senti as mãos da Graciele começarem a trabalhar nas minhas costas. Ela realmente tinha mãos de anjo, não tinha outra explicação. A música suave preenchia o ambiente, me levando para um estado quase sonolento, até que ouvi alguém chamando meu nome.

Levantei os olhos de leve e sorri quando vi Thais tirando o hobby e se ajeitando na maca ao lado da minha.

— Oi, que bom te ver por aqui. — falei, surpresa de forma boa.

Ela sorriu de volta, ajeitando o rosto na toalhinha.

— Também tô feliz em te ver. Fiquei preocupada com você depois daquele dia…

Dei uma risadinha baixa, meio sem jeito.

— Ah, pode ficar tranquila. Tá tudo bem. Eu tenho diabetes tipo 1, então às vezes rolam uns picos assim… principalmente quando me estresso demais.

Thais assentiu, soltando um suspiro longo e relaxado quando a massagista começou a pressionar as costas dela.

— Uau… esse lugar é simplesmente maravilhoso.

— Eu sei. — concordei, sorrindo com os olhos fechados. — Foi indicação da minha chefe, a Larissa. Ela tem bom gosto pra essas coisas.

— Isso eu já percebi — Thais riu baixinho. — Mas me conta… você vai no baile hoje com o Diogo?

Meu sorriso aumentou só de ouvir aquela pergunta.

— Vou sim. Tô até animada, acredita? — respondi.

— Que bom. — ela disse, soando contente. — Eu também vou, vou acompanhar meu pai, na verdade. Ele vai ser homenageado, então não tinha como escapar.

Meus olhos se abriram um pouquinho e senti um alívio gostoso no peito.

— Nossa, que bom saber disso. Já me sinto mais tranquila… vou ter alguém conhecido lá.

— Pode ficar sossegada — Thais garantiu, virando levemente o rosto pra mim. — Eu vou estar por perto.

Assenti com um sorriso, fechando novamente os olhos. Um gemidinho escapou da minha garganta quando Graciele acertou um ponto tenso no meu ombro.

— Meu Deus, que delícia…

Thais riu baixinho.

— Acho que encontrei minha nova terapia preferida.

Não respondi de imediato, só deixei o silêncio confortável tomar conta do ambiente. Nós duas relaxamos juntas, aproveitando aquele momento de paz antes do grande dia.

***

Eu estava concentrada vendo a manicure pintar minhas unhas do pé enquanto Thais mexia no celular, mas atenta a manicure fazendo as unhas de suas mãos. Estávamos tão próximas que o silêncio começou a me incomodar, e a curiosidade cutucava minha mente. Respirei fundo antes de perguntar.

— Me diz uma coisa… essa Jasmin era assim mesmo? Tão apaixonada pelo Diogo? — perguntei meio sem jeito, tentando soar apenas curiosa.

Thais suspirou, largando o celular por um instante e balançou a cabeça afirmativamente.

— Era sim. Quando eu e o Diogo namoramos, essa Jasmin fez o maior inferno na minha vida. — ela riu, mas foi um riso sem graça. — Mas eu sabia que ele não tinha culpa, sabe? Ele nunca deu ousadia pra ela.

Uma pontada estranha me atravessou o peito e eu sabia que era ciúmes. Eu não queria sentir, mas a ideia de Thais ter namorado Diogo me deixou desconfortável. Tentei afastar aquilo da minha mente, respirando fundo.

— Olha… eu não quero ninguém infernizando a minha vida — confessei, soltando um suspiro pesado. — Já acontece coisa demais comigo.

Thais sorriu de canto, como se quisesse me tranquilizar.

— Fica tranquila. O pai da Jasmin vai cuidar disso. Ele não vai querer arrumar problema com o Diogo, pode acreditar. E agora que ele sabe que a louca pode estar por perto, vai te manter segura.

Assenti em silêncio, sentindo um pequeno alívio. Mas outra coisa começou a latejar dentro de mim. Algo que eu sabia que poderia me machucar, mas a vontade de perguntar foi maior. Observei Thais sorrindo ao ver o resultado das suas unhas e tomei coragem:

— Posso te perguntar uma coisa? — falei baixinho.

— Claro — ela respondeu, atenta.

— Por que você terminou com o Diogo? Assim… ele é um homem incrível.

Estudei o rosto dela, procurando algum sinal de arrependimento, mas não encontrei nada. Thais respirou fundo antes de responder.

— No começo a gente achou que ia dar certo. Só que o Diogo sempre foi um homem muito ocupado, e eu, como modelo, não parava em casa. Quando eu estava em casa, ele estava trabalhando e a gente mal se via. — ela deu um riso triste. — Com o tempo, aquilo foi desgastando. A paixão louca que eu sentia foi se acomodando, sabe? Ficamos juntos mais do que deveríamos porque era cômodo. Quando eu pedi mais atenção, ele estava numa fase complicadíssima na empresa, viajando quase todos os dias. Aí… acabamos discutindo. Eu terminei ainda amando ele, mas não tinha muito o que fazer.

Meu coração apertou, mesmo sem querer. A ideia de outra mulher ter amado Diogo daquela forma mexia comigo.

— Entendi… — murmurei.

Thais sorriu meio sem jeito, como se escondesse um segredo.

— Confesso que quando encontrei ele uns três meses atrás, até cheguei a chamá-lo pra gente voltar. Ou pelo menos… ter só uma noite.

Senti o peito travar. Eu já estava com Diogo nesse tempo, não era sério, mas…. Desviei o olhar, tentando disfarçar o aperto.

— Mas relaxa — ela completou rapidamente, percebendo minha reação. — Não aconteceu nada. Ele não quis e eu entendi que tinha outra mulher perturbando a mente dele e ele confirmou.

Meu coração aqueceu, mesmo contra a minha vontade. Era como se uma chama suave me envolvesse.

— Ele falou isso? — perguntei, olhando para ela.

— Falou. E olha… eu vi como ele te ama, Alice. Ele não vai ser como foi comigo, tão ausente. Com você, ele vai se esforçar pra ser perfeito.

Sorri, sentindo as bochechas queimarem.

— Espero que sim… de verdade. Obrigada por me contar tudo isso.

Thais balançou a cabeça e segurou a minha mão.

— Não precisa agradecer. Eu gostei de você, sabe? Quero ser sua amiga, se não tiver problema.

Neguei rápido com a cabeça, já sorrindo.

— Problema nenhum! Você já sabe como eu te admiro… seria uma honra ser sua amiga.

***

A água quente escorria pelos meus ombros, tirando o peso do dia. Quando saí, enrolei-me na toalha e comecei a me arrumar com calma. Me vesti e prendi o cabelo num coque alto, deixando algumas mechas soltas de propósito. Ao me olhar no espelho, dei um sorriso de canto. Estava satisfeita com o resultado.

Assim que o carro virou a esquina e eu vi a movimentação do lado de fora, meu estômago deu um nó. O tapete vermelho, os flashes disparando a cada segundo, os carros luxuosos à frente… parecia coisa de filme. Eu respirei fundo e apertei levemente a mão de Diogo, que estava tranquila demais para o caos que nos aguardava.

Ele virou o rosto para mim, entrelaçando nossos dedos.

— Fica calma, amor… — disse baixinho, o tom da voz tão firme que quase parecia uma ordem. — É só andar, sorrir e olhar para frente. O resto eu cuido.

Assenti, tentando engolir a ansiedade que se instalava no meu peito. O carro parou e o motorista abriu a porta para Diogo primeiro. Ele saiu com a postura impecável de sempre, o smoking azul escuro moldando seu corpo de um jeito que fazia qualquer mulher babar. Logo em seguida, vi ele contornar o carro e abrir a porta para mim.

Estendi a mão e, no instante em que meus pés tocaram o chão, uma chuva de flashes me atingiu de todos os lados. Pisquei várias vezes, quase cega, mas Diogo foi rápido. Ele passou o braço pela minha cintura e me puxou contra ele.

— Só olha pra frente, amor. — murmurou perto do meu ouvido.

Assenti de novo, tentando ignorar os gritos dos paparazzis e as perguntas que vinham de todos os lados.

— É sério, Diogo? Tá mesmo namorando?

— Quem é ela?

— O senhor confirma que é oficial?

Ele não respondeu nada, só manteve o sorriso discreto e aquela pose confiante de homem que sabia exatamente como dominar qualquer situação. Já tinha saído a notícia sobre nós depois daquele flagra no shopping, então não havia motivo para ele confirmar de novo.

Parou comigo alguns segundos para as fotos, seu braço firme em volta da minha cintura como se dissesse ao mundo que eu era dele. Depois, sem me dar tempo para pensar, me guiou até a entrada do salão.

O espaço era simplesmente deslumbrante. Um luxo que me deixou sem fôlego com lustres de cristal, arranjos florais enormes, mesas impecavelmente montadas, música suave ao fundo. Suspirei com os olhos brilhando.

— Diogo… isso é incrível. — murmurei, ainda tentando absorver tudo.

Ele sorriu de lado, satisfeito com minha reação.

— Só o melhor pra você.

Caminhamos até um homem mais velho, de cabelos grisalhos bem penteados, terno impecável e postura de quem estava acostumado a ser o centro das atenções. Diogo apertou a mão dele com respeito.

— Ministro Renato Vasconcelos, é uma honra estar aqui mais uma vez. — disse Diogo com naturalidade.

O homem sorriu, visivelmente satisfeito com a presença dele.

— A honra é minha, Montenegro. E quem é essa bela companhia?

Diogo se virou para mim, apertando suavemente minha cintura.

— Essa é a Alice… minha namorada.

Senti o coração disparar quando ele disse aquilo tão naturalmente, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Respirei fundo, forçando um sorriso educado enquanto estendi a mão para o anfitrião.

— É um prazer, ministro.

Ele apertou minha mão de forma respeitosa e me analisou por um instante, com o olhar penetrante, mas não hostil.

— O prazer é todo meu, Alice. Espero que aproveite esta noite.

Sorri de volta, mas por dentro meu coração ainda estava batendo em ritmo acelerado, entre a surpresa e a euforia de ouvir Diogo me apresentar daquela forma, diante de tanta gente importante.

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