Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 233

Diogo não soltava da minha cintura nem por um segundo, como se fizesse questão de mostrar a todos que eu estava com ele. Eu sentia os olhares sobre nós, uns curiosos, outros julgadores, mas a forma como ele me mantinha perto me dava uma segurança absurda.

— Tá tudo bem? — ele se inclinou levemente, a voz baixa só pra mim, enquanto pegava duas taças de champanhe da bandeja de um garçom.

— Tá sim… só um pouco nervosa — confessei, aceitando a taça que ele me entregou.

Ele sorriu de canto, daquele jeito que fazia meu estômago revirar.

— Você não tem que se preocupar com nada. Só fica comigo.

Assenti e dei um gole no champanhe, tentando me distrair com o brilho das luzes e a música clássica suave que preenchia o ambiente. O salão era mesmo maravilhoso, todo decorado com arranjos de flores brancas, lustres imensos e mesas elegantemente postas.

A cada passo, Diogo parava para cumprimentar alguém importante. Diretores de empresas, políticos, alguns artistas conhecidos… e para todos ele fazia questão de me apresentar.

— Essa é a Alice, minha namorada.

Meu coração dava pulos cada vez que ouvia ele falar isso. Eu sabia que para ele, assumir algo em público não era qualquer coisa.

Em um dos cantos do salão, vi uma figura familiar se aproximando. Thaís. Meu corpo ficou tenso por um instante, afinal, ela era ex do Diogo, mas logo o sorriso dela me acalmou.

— Alice! — ela abriu os braços como se tivesse me visto depois de anos.

Retribuí o abraço e não consegui evitar o sorriso.

— Thaís! Você tá linda.

— E você, maravilhosa como sempre — ela disse, me olhando de cima a baixo. — O Diogo deve estar se achando com você no braço.

Diogo riu baixo, colocando a mão na minha cintura de novo.

— Eu não preciso me achar, eu sei a sorte que tenho.

Revirei os olhos, mas não consegui disfarçar o rubor nas bochechas. Thaís gargalhou, claramente se divertindo.

— Ai, como ele é bobo quando tá apaixonado. Eu nunca imaginei ver o Diogo Montenegro assim, viu? — ela cutucou, rindo.

— Nem eu — respondi, rindo junto. — Mas confesso que gosto dessa versão dele.

Diogo só sorriu e me puxou mais contra si, como quem dizia “é toda verdade”.

— E você, está com seu pai? — perguntei.

— Sim — os olhos dela brilharam de orgulho. — Ele vai ser homenageado hoje, tenho que estar presente, né?

— Sim, isso é incrível! — sorri, de verdade feliz por ela. — Deve estar super orgulhosa.

— Muito! — ela suspirou. — Meu pai sempre trabalhou tanto, finalmente está sendo reconhecido.

Diogo assentiu, sério, e cumprimentou Thaís com respeito.

— Seu pai merece. É um homem íntegro.

Ela sorriu grata, depois olhou para nós dois com uma expressão curiosa.

Thais passou o braço pelo meu, olhando para Diogo com aquele jeitinho atrevido que só ela tinha.

— Vou roubar a Alice por uns minutos, pode ser? — disse, já me puxando para o lado.

Diogo suspirou, aquele olhar possessivo me prendendo por um instante. Eu sorri de leve, querendo acalmá-lo.

— Tá tudo bem — murmurei.

Ele segurou meu rosto e me deu um beijo breve, quase como um aviso silencioso de que seus olhos estariam me seguindo de longe. Eu ri baixinho, balançando a cabeça e deixei Thais me levar.

— Menina, você precisa conhecer minhas amigas, elas são um arraso — disse animada, quase saltitando. — Mas nada de ficar nervosa, tá? Elas são super de boa.

Respirei fundo, ajeitando o vestido como se isso fosse me deixar mais confiante. Quando cheguei perto do grupo, senti meu queixo quase cair. Eram três mulheres, todas tão lindas que pareciam ter saído direto de uma capa de revista. Altas, elegantes, com aqueles vestidos que brilhavam na medida certa, maquiagem impecável… eu fiquei ali me perguntando o que estava fazendo no meio delas.

— Meninas — Thais chamou, orgulhosa — essa é a Alice, namorada do Diogo.

As três sorriram de um jeito acolhedor, o que me fez relaxar um pouco.

— Oi, Alice! — disse uma delas, de cabelos castanhos e olhos enormes. — Eu sou a Marcela.

— Samira — completou a segunda, loira, com um sorriso encantador.

— E eu sou a Brenda — disse a terceira, morena de pele dourada, segurando uma taça de champanhe.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, engolindo seco, mas acabei o seguindo com as pernas pesadas e o coração acelerado.

Ele me levou para uma área mais afastada do salão, perto de umas colunas onde a música parecia abafada. Parou, olhou para os lados e então se aproximou de mim, falando baixo, quase sussurrando:

— Hoje eu vou te mostrar quem é o homem rico que matou a Mádila.

Arregalei os olhos, sentindo meu estômago gelar.

— O quê? — minha voz falhou. — Você está falando sério? Ele… ele está aqui?

Enrique assentiu devagar, o olhar fixo em mim.

— Está aqui, agora. Reunido com alguns homens. Mas você tem que ficar quieta, não pode arrumar confusão. Entendeu?

Minha respiração ficou curta, quase dolorida. Assenti com a cabeça, mesmo que minha garganta estivesse seca.

— Tá… eu entendi.

Ele começou a andar de volta para o salão e eu o segui, meu corpo inteiro tremendo. Cada passo parecia que eu ia desmaiar, minhas pernas estavam tão fracas que mal conseguia pisar direito no chão. Meu coração martelava tão alto que parecia que todos podiam ouvir.

Eu iria conhecer o assassino da minha prima.

Quando entramos de novo no salão, o burburinho das pessoas, as luzes e a música pareceram me sufocar. Enrique me guiava firme, os olhos dele procurando alguém. Eu mal conseguia respirar, só queria que aquilo acabasse.

De repente, ele parou. Se virou devagar para mim e disse com um sorriso estranho:

— Ele está ali.

Olhei na direção que ele indicava, mas não conseguia focar direito.

— Onde? — perguntei, a voz falhando.

Enrique então se virou, apontando discretamente para um grupo de quatro homens que conversavam próximos ao bar.

Segui o dedo dele e, no instante que ergui os olhos, senti meu coração dar um salto tão forte que meu corpo quase vacilou.

Entre aqueles homens, estava Diogo.