(Diogo)
Estava indo para o hospital encontrar o Valter quando o celular vibrou no console do carro. Meu coração disparou no mesmo instante e meu primeiro pensamento foi Enrique. Respirei fundo, peguei o aparelho e atendi.
— Alô? — minha voz saiu firme, mas tensa.
— Diogo! — a voz de Alessandro soou do outro lado, apressada, mas cheia de algo que não era ameaça. — Cara, a Duda nasceu! Estamos no hospital agora!
Fiquei em silêncio por um segundo, tentando processar o que ele tinha acabado de dizer. Um sorriso escapou antes mesmo que eu pudesse controlar.
— A Duda… nasceu? — repeti, sentindo uma onda de alívio e felicidade me invadir. — Meu Deus… que notícia boa! Como é que estão a Larissa e a bebê?
— Estão bem, graças a Deus. — Alessandro respondeu, ainda ofegante. — Mas você não vai acreditar… o parto foi no carro.
— No carro?! — arregalei os olhos, quase freando sem perceber. — Você tá falando sério?
— E eu tenho cara de quem brinca com algo assim?. — ele soltou uma risada nervosa. — Foi uma loucura, Diogo. A Larissa começou a sentir as contrações e quando a gente viu… já estava acontecendo.
Passei a mão pelos cabelos, tentando imaginar a cena.
— Mas… quem ajudou? Vocês estavam sozinhos?
— Não, na verdade…. — Alessandro respirou fundo do outro lado da linha. — Foi a sua namorada quem ajudou.
Por um instante, fiquei em silêncio. O nome surgiu na minha mente, quase como um sussurro.
— A Alice?
— Ela mesma. — ele confirmou. — A Alice fez o parto e eu ainda estou tentando acreditar no que aconteceu.
Me ajeitei no banco, rindo de nervoso e surpreso ao mesmo tempo.
— Você está me dizendo que a Alice ajudou a Larissa a trazer a Duda ao mundo?
— Estou. — ele disse firme, como quem também não acreditava. — Se não fosse ela, eu não sei o que teria feito.
Soltei um suspiro longo, balançando a cabeça, ainda com um sorriso preso no rosto. — Essa mulher não existe mesmo…
— É…. — Alessandro riu do outro lado, e pude sentir a emoção na voz dele. — Depois eu te conto os detalhes, mas vem logo.
— Eu vou sim. — garanti. — Só preciso resolver uma coisa rapidinho e já tô indo pro hospital de qualquer forma, quero ver o Valter.
— Beleza. — ele disse, já mais calmo. — Te espero aqui.
A ligação caiu, e fiquei segurando o celular por alguns segundos.
Assim que estacionei o carro, senti meu coração bater mais forte. Estava indo ver Valter, mas Alessandro mudou tudo com aquela ligação. Agora eu estava aqui, no hospital, pensando na pequena Duda e na coragem absurda de Alice em ter ajudado Larissa.
Entrei pelas portas de vidro e dei alguns passos, mas parei quando a vi. Alice estava de pé, encostada em um canto com os braços cruzados e o olhar fixo na porta à frente. Parecia tensa, mas ao mesmo tempo, forte. Só de vê-la ali, um arrepio percorreu minha espinha. Respirei fundo, juntei a pouca coragem que me restava e fui até ela.
— Você está esperando notícias da Larissa e da Duda? — minha voz saiu baixa, mas firme.
Ela ergueu os olhos devagar e assentiu.
— Estou. — respondeu simples.
Um sorriso involuntário escapou de mim.
— O Alessandro me contou que você ajudou no parto. Eu… — dei um passo mais perto — eu queria te agradecer por isso.
Alice desviou o olhar, quase como se minhas palavras pesassem nela. — Não precisa me agradecer, Diogo. Eu faria isso de qualquer jeito.
Suspirei, tentando não deixar o nó na garganta transparecer. — Como você está?
Foi aí que ela finalmente me encarou. Os olhos dela, mesmo cansados e cheios de sombras, me atravessaram.
— Ainda magoada e com raiva porque você mentiu e fez o que fez.
Eu engoli seco. O que doía não era a raiva dela, mas o jeito que ela falava, como se tivesse um muro entre nós. Percebi que ela não queria falar em voz alta sobre a morte da Mádila, não ali, onde qualquer um podia ouvir.
— Eu não menti, Alice. — falei, me aproximando um pouco mais. — Não sabia que vocês eram primas.
Ela arqueou a sobrancelha, a dor nos olhos mais forte que qualquer acusação. — Então por que você nunca contou? Que tinha feito tudo isso?
Alice estava de braços cruzados, mas a expressão no rosto já era de dor.
— Então você terminou com ela? — a voz dela soou firme, mas eu percebi o tremor escondido.
— Terminei. — confirmei, lembrando dos dias turbulentos. — Mas uns dias depois, Mádila apareceu dizendo que tinha se arrependido, que ia mudar… e eu… eu quis acreditar. Gostava dela, então reatamos. Só que mal um mês depois, ela causou um escândalo em uma reunião de negócios. — apertei os punhos, sentindo a raiva misturada ao arrependimento. — Me acusou de traição só porque eu conversava com uma investidora. O prejuízo foi grande, Alice, e eu deixei claro que não queria mais aquilo.
Ela desviou o olhar, as lágrimas começando a brilhar.
— Mas ela voltou, não foi? — Alice perguntou baixo, como se já soubesse a resposta.
Assenti, sorrindo de forma amarga.
— Sim. Ela apareceu de novo, num bar que eu costumava ir e pediu outra chance, jurou que ia mudar de verdade. E eu… eu me arrependo até hoje de ter dado essa segunda chance. — balancei a cabeça, suspirando fundo. — Se não deu certo no início, não tinha como dar depois. Mas eu tentei.
Alice ergueu os olhos para mim, e o silêncio dela me pressionava a continuar.
— Foi pior. Muito pior. — minha voz saiu mais baixa. — Mádila começou a me trancar dentro de casa, se machucar para me manipular… até que um dia ela agrediu minha assistente com uma violência que eu não consigo esquecer. Depois disso, acabou. Eu cortei tudo, mudei de casa, troquei de número, consegui até uma medida protetiva. Mas ela sempre dava um jeito de aparecer.
Alice levou uma das mãos à boca, tentando abafar o soluço.
— É tão difícil de acreditar que a minha prima agiu assim… — murmurou, e eu vi a mágoa estampada nos olhos dela.
Engoli seco, sentindo o peito se apertar.
— Três meses depois, ela voltou… dizendo que estava grávida. Eu não acreditei de início, mas… os exames confirmaram. Tanto a gravidez quanto a paternidade.
Alice me encarou em silêncio e sua respiração ficou pesada.
— Eu me comprometi a cuidar da criança, Alice. Sempre quis, mas queria distância dela. Só que Mádila… ela não aceitava. Continuava tentando me cercar, tentando se aproximar… de formas que só mostravam o quanto ela nunca mudaria.
Eu respirei fundo, mas a garganta parecia arder. Alice estava ali, me olhando com aqueles olhos que pediam a verdade e eu sabia que não podia esconder. A lembrança me corroía como se tivesse acontecido ontem.
— Eu… eu não queria te contar desse jeito, meu amor. — minha voz saiu embargada, e eu levei a mão à nuca, sentindo o peso da memória. — Mas preciso que você saiba.
Ela não disse nada, só esperou.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Tá cada dia pior, os capítulos estão faltando e alguns estão se repetindo....
Gente que absurdo, faltando vários capítulos agora é 319.ainda querem que a gente pague por isso?...
Cadê o capítulo 309?...
Alguém sabe do cap 207?...
Capítulo 293 e de mais tá bloqueado parcialmente sendo que já está entre os gratuitos...
Capítulo 293 tá bloqueado sendo que já está entre os gratuitos...
Quantos capítulos são?...
Não consigo parar de ler é surpreendente, estou virando a noite lendo. É tão gostoso ler durante a madrugada no silêncio enquanto todos dormem. Diego e Alice são perfeitos juntos, assim como Alessandro e Larissa...
Maravilhoso,sem palavras recomendo vale muito apena ler👏🏼👏🏼...
Quem tem a história Completa do Diogo?...